Pai do bebê morto pelo padrasto faz denúncias e entrega fotos à polícia

Após enterrar o filho na tarde ontem (22), o pai biológico da criança procurou a delegacia da Polícia Civil, onde foi ouvido pelo delegado Edmar Batistela. Ele contou que a criança já havia sido agredida meses atrás pelo padrasto. Para provar as supostas agressões, ele entregou diversas fotos à polícia. O material será avaliado pela […]

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Após enterrar o filho na tarde ontem (22), o pai biológico da criança procurou a delegacia da Polícia Civil, onde foi ouvido pelo delegado Edmar Batistela. Ele contou que a criança já havia sido agredida meses atrás pelo padrasto. Para provar as supostas agressões, ele entregou diversas fotos à polícia. O material será avaliado pela perícia. Ontem, uma parente havia dito o mesmo. Contou que havia pedido a guarda da criança, mas a ‘papelada’ demorou em sair.

O douradense de 25 anos, autuado por homicídio triplamente qualificado pela morte do enteado de um ano e nove meses, pode também ser indiciado pelo crime de tortura, conforme o delegado Batistela.

De acordo com a polícia, a mãe do menino contou que o companheiro nunca havia demonstrado comportamento violento com relação à criança. Davidson, que já tinha sido namorado dela na adolescência, foi para Portugal. Ela se casou com o pai do menino e, após a separação, reatou relacionamento com Davidson. Passaram a morar juntos e, enquanto ela trabalhava no shopping, ele cuidava do enteado.

Davidson C.S, que confessou ter espancado o enteado de um ano e nove meses, que morreu pouco depois, está preso na Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorin Costa (PHAC) à disposição da Justiça. Por questão de segurança, foi pedida a transferência de Davidson, que foi preso na noite de segunda-feira.

Ele confessou que agrediu a criança durante o banho. O homem estava alcoolizado e caiu sobre o menino que começou a chorar. Foi espancado a chutes, socos e pontapés e sofreu politraumatismos e parada cardiorrespiratória. Foi reanimado pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e morreu ao dar entrada no hospital de Dourados.

Conforme registrado em boletim de ocorrência da Polícia Civil, na segunda-feira, Davidson estava em casa na Rua das Abacateiras, no Jardim Colibri, cuidando da criança, enquanto a mãe de 20 anos trabalhava no shopping.

Entre 15h e 17h, a criança dormiu. O padrasto que já havia ingerido vodka em casa, bebia cerveja num bar perto dali e chegou meia hora depois. Ele foi dormir e acordou por volta das 21h.

Depois de acordar, ele caiu, durante o banho, sobre a criança que começou a chorar, foi espancado e desmaiou. Ele tentou reanimar o enteado embaixo do chuveiro, mas não adiantou.

Ele contou à delegada que mandou mensagem para a mulher dele, mãe da criança, informando que havia caído sobre o menino no banheiro e o filho estava machucado. Ela retornou pedindo que não deixasse a criança dormir e chegou cerca de 20 minutos depois.

De acordo com o depoimento, enquanto a mulher não chegava, o homem colocou o menino sobre a cama. Ela chegou e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Davidson, que a princípio negou o crime dizendo que o enteado havia caído, acabou confessando, depois de ter sido confrontado pelos médicos que atenderam o menino. Ele foi autuado em flagrante por homicídio triplamente qualificado e vai permanecer preso à disposição da Justiça em cela isolada.

Há algumas semanas, o guardador de carros que atuava há anos nas cercanias do shopping de Dourados foi preso depois de espancar até a morte o filho de uma ‘funcionária’, que trabalhava para ele e morava ‘de favor’ na casa.

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