Justiça manda polícia dar acesso a investigação à defesa de médicos presos no PR

A Justiça do Paraná deu 24 horas para que a polícia entregue uma cópia de gravações e de prontuários apreendidos na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba aos advogados de defesa das pessoas presas no caso que investiga supostos homicídios de pacientes da unidade. Quatro médicos da instituição estão presos, entre eles a chefe da […]

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A Justiça do Paraná deu 24 horas para que a polícia entregue uma cópia de gravações e de prontuários apreendidos na UTI do Hospital Evangélico de Curitiba aos advogados de defesa das pessoas presas no caso que investiga supostos homicídios de pacientes da unidade.

O acesso aos documentos era um pleito dos defensores de Virgínia e dos anestesistas Maria Israela Boccato, Edison Anselmo da Silva Júnior e Anderson de Freitas, detidos no sábado.

Uma enfermeira, que estaria fora da cidade, também teve a prisão decretada e deverá se entregar na tarde de segunda.

Segundo o advogado de defesa de Virginia e de outros dois médicos presos, Elias Mattar Assad, a cópia do material de investigação deve ajudar a defesa a mostrar que as frases de gravações utilizadas pela polícia como prova estão descontextualizadas.

ESPECIALIZAÇÃO

No sábado (23), a Polícia Civil do Paraná divulgou nota dizendo que Virgínia Helena exercia de fato a função de diretora da UTI, mas que, por não ser intensivista, outro médico assinava como chefe da UTI.

Assad disse que a chefe da UTI não cometia nenhuma irregularidade por exercer o cargo sem especialização em medicina intensiva e também nega que outra pessoa assinasse por funções exercidas por Virgínia.

Segundo o advogado, o Conselho Regional de Medicina do Paraná determinou que os médicos que chefiam unidades intensivas sem a especialização se inscrevam junto ao órgão demonstrando ter experiência na área, mas o prazo de inscrição ainda está aberto.

“Não é obrigatória [a especialização]. O conselho deu um prazo para que os médicos se inscrevessem, mas ela está dentro do prazo e não tem problema”, afirmou.

A reportagem não conseguiu contato com o CRM-PR até a noite de domingo.

De acordo com o presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), Renato Azevedo Júnior, não há uma exigência nacional de que os responsáveis pela UTI sejam especializados em medicina intensiva. No Estado de São Paulo, porém, há norma exigindo a qualificação.

ABRAÇO

Cerca de 500 profissionais de saúde realizaram neste domingo uma manifestação em apoio ao Hospital Evangélico, um dos maiores da capital paranaense.

Participaram do “abraço simbólico” o secretario de Saúde de Curitiba, Adriano Massuda, e o secretário de Saúde do Estado do Paraná, Michele Caputo Neto.

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