Polícia de MS recebe orientação de estrategista de fábrica de cigarros sobre contrabando

Rerpresentante da empresa Souza Cruz realizou palestras para policiais militares, civis e até a Guarda Municipal, sobre o contrabando oriundo do Paraguai

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Rerpresentante da empresa Souza Cruz realizou palestras para policiais militares, civis e até a Guarda Municipal, sobre o contrabando oriundo do Paraguai

A maior fabricante de cigarros da América Latina, Souza Cruz, enviou representante para palestrar a um público diretamente ligado à fiscalização da entrada de cigarros oriundos do Paraguai em território sul-mato-grossense: policiais militares, civis e até guarda municipais de Dourados, cidade onde acontecia o evento, no dia 23 de maio, no auditório do Hotel Bahamas. O detalhe é que o congresso foi realizado pela Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Governo do Estado de MS e Departamento de Operações de Fronteira (DOF).

Diretamente interessada no impedimento da entrada de cigarros paraguaios em território nacional, já que significa concorrência desleal por conta do não pagamento de tributos, a Souza Cruz foi representada no evento por seu gerente de planejamento estratégico Rodrigo Morais, que ministrou palestra com o tema “identificação de cigarro ilegal”.

Um policial militar que participou do congresso, que prefere não se identificar por medo de represálias, revela que o representante da Souza Cruz foi o que teve a palestra mais longa. “Ele mostrou vários gráficos, inclusive falou das rotas que os contrabandistas usam para tentar burlar a nossa fiscalização. Mas a gente tem conhecimento disto. Só não entendo se é coincidência ou não trazerem alguém da Souza Cruz depois de grandes operações que a policia fez que culminou em gigantescas apreensões de cigarros aqui”, questiona.

Rodrigo Moraes, segundo o policial que participou do congresso, fez um apelo quase que emocionado sobre a concorrência desleal com o mercado nacional, em relação à entrada de cigarros do Paraguai. Ele fez também uma revelação de que o mercado ilegal do país vizinho dividiu o Brasil em regiões e que as marcas são mandadas para praças específicas como, por exemplo, a marca Fox vem para MS.

Participaram do congresso policiais da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Operação de Fronteira (DOF), Polícia Militar Ambiental, Polícia Civil e Guarda Municipal de Dourados.

Rotas

Os contrabandistas de cigarro usam rotas alternativas de estradas vicinais, conhecidas como ‘cabriteiras’, para tentar burlar o trabalho de fiscalização. É quase que rotineiro flagrantes da Polícia Rodoviária Estadual e Federal de carregamentos. Recentemente foi deflagrada uma operação que culminou em grandes apreensões no Estado.

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