Lula diz que não ficou surpreso com Operação Porto Seguro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta sexta-feira, na Alemanha, ter ficado surpreendido com a Operação Porto Seguro, que indiciou a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha. “Não fiquei surpreso”, disse Lula ao ser questionado por jornalistas sobre a investigação da Polícia Federal, sem comentar detalhes. Depois de deflagrada […]

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta sexta-feira, na Alemanha, ter ficado surpreendido com a Operação Porto Seguro, que indiciou a ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha. “Não fiquei surpreso”, disse Lula ao ser questionado por jornalistas sobre a investigação da Polícia Federal, sem comentar detalhes.

Depois de deflagrada a operação, e-mails de Rosemary interceptados pela PF e divulgados pela imprensa mostram a intimidade que ela mantinha com o ex-presidente. Ela teria usado sua proximidade com Lula para indicar nomes a agências reguladoras.

O ex-presidente está em Berlim para uma conferência internacional do sindicato dos metalúrgicos da Alemanha.

Operação Porto Seguro

Deflagrada no dia 23 de novembro pela Polícia Federal (PF), a operação Porto Seguro realizou buscas em órgãos federais no Estado de São Paulo e em Brasília para desarticular uma organização criminosa que agia para conseguir pareceres técnicos fraudulentos com o objetivo de beneficiar interesses privados. A suspeita é de que o grupo, composto por servidores públicos e agentes privados, cooptava servidores de órgãos públicos também para acelerar a tramitação de procedimentos.

Na ação, foram presos os irmãos e diretores Paulo Rodrigues Vieira, da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Além das empresas estatais em Brasília, como a Anac, a ANA e os Correios, foram realizadas buscas no escritório regional da Presidência em São Paulo, cuja então chefe, Rosemary Nóvoa de Noronha, também foi indiciada por fazer parte do grupo criminoso. O advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves, também foi indiciado durante a ação.

Exonerada logo após as buscas, Rosemary ela teria recebido diversos artigos como propina. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, em troca do tráfico de influência que fazia, ela chegou a ganhar um cruzeiro com a dupla sertaneja Bruno e Marrone, cirurgia plástica e um camarote no Carnaval do Rio de Janeiro.

O inquérito que culminou na ação foi iniciado em março de 2011, quando, arrependido, Cyonil da Cunha Borges de Faria Jr., auditor do Tribunal de Contas da União (TCU), procurou a PF dizendo ter aceitado R$ 300 mil para fazer um relatório favorável à Tecondi, empresa de contêineres que opera em Santos (SP). O dinheiro teria sido oferecido por Paulo Rodrigues Vieira entre 2009 e 2010. Vieira é apontado pela PF como o principal articulador do esquema. Na época, ele era ouvidor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e conselheiro fiscal da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp).

Em decorrência da operação, foram afastados de seus cargos o inventariante da extinta Rede Ferroviária Federal S.A., José Francisco da Silva Cruz, o ouvidor da Antaq, Jailson Santos Soares, e o chefe de gabinete da autarquia, Enio Soares Dias. Também foi exonerada de seu cargo Mirelle Nóvoa de Noronha, assessora técnica da Diretoria de Infraestrutura Aeroportuária da Anac. O desligamento ocorreu a pedido da própria Mirelle, que é filha de Rosemary.

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