Sem comida em cadeia de Bodoquena, presos são transferidos para cidade vizinha
Delegacia de Miranda está custodiando presos que, por dever, deveriam estar aguardando decisão judicial em Bodoquena
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Delegacia de Miranda está custodiando presos que, por dever, deveriam estar aguardando decisão judicial em Bodoquena
Todas as pessoas que são detidas no município de Bodoquena e precisam aguardar decisão judicial, cidade que fica a 260 km de Campo Grande, estão sendo transferidas para o município de Miranda, que fica a 57 km. O motivo é porque o Governo do Estado não contratou empresa para aquisição de alimentação para os presos e com isto a Polícia Militar da cidade tem feito o “remanejamento”, num trajeto que soma mais de 110km, entre ida e volta.
Sem condições de manter os presos por falta de alimentação, o delegado titular de Bodoquena encaminhou um oficio pedindo auxílio da Justiça de Miranda, para que não transferisse presos para sua cidade. Um dos relatos data de agosto deste ano, onde o juiz de direito Luiz Felipe Medeiros Vieira publicou como parte de processo sobre um caso envolvendo D.E.F, sobre crimes da lei antitóxicos. No despacho, publicado em 18 de agosto de 2010, (processo 015.10.000800-8) o juiz negou um pedido de transferência para Bodoquena: “…O pedido de transferência para a cadeia pública de Bodoquena não pode ser acolhido por vários motivos.Inicialmente a cadeia pública não é estabelecimento adequado para cumprimento de pena ou para presos provisórios que ainda aguardam julgamento de seus processos.A cadeia pública de Bodoquena, além de não ser local apropriado para custodiar presos dessa natureza, não possui a mínima condição de abrigar qualquer cidadão porque o Estado de Mato Grosso do Sul não oferece sequer refeição aos internos que eventualmente sejam presos naquele município. Reiteradamente o i. Delegado de Polícia daquela cidade oficiou para este Juízo e para o Juízo da Execução Penal desta comarca noticiando a impossibilidade de manter presos naquela local porque o Estado não efetuou a contratação de empresa para prestação de alimentação..”
Em outro trecho, o juiz faz uma revelação preocupante, no que diz respeito ao trato com menores infratores, presos provisoriamente enquanto aguardavam transferência para alguma Unei (Unidade Educacional de internação), que estavam sendo alimentados com recursos do município de Bodoquena ou do Conselho da Comunidade de Miranda. Inclusive, o magistrado deixa claro que alguns foram soltos pelo mesmo motivo: falta de comida. “…Houve casos em que foi determinada a expedição de mandado de desinternação de adolescentes que preenchiam os requisitos legais para permanecerem internados, pelo simples fato da impossibilidade de fornecimento de alimentos. A inércia do Estado, como visto, tem causado sérios prejuízos para a população de Bodoquena, que se vê a mercê da própria sorte porque os adolescentes que cometem crimes graves naquela cidade muitas vezes não ficam internados porque o Estado não cumpre seu papel básico de fornecer alimentos aos custodiados…”, traz outro trecho do despacho proferido.
A delegacia de Miranda está recebendo “presos hóspedes” de Bodoquena há aproximadamente três meses. Atualmente, são oito os presos custodiados do município vizinho.
Notícias mais lidas agora
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
- Papai Noel dos Correios: a três dias para o fim da campanha, 3 mil cartinhas ainda aguardam adoção
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Últimas Notícias
Investigação do RS contra lavagem de dinheiro do narcotráfico tem mandado cumprido em MS
A ofensiva contou com apoio operacional de 200 policiais civis gaúchos e de outros quatro Estados
Caminhão carregado de cerveja derruba carga; população tenta saquear as bebidas
Não houve feridos, segundo a Polícia Rodoviária Federal
Polícia realiza fiscalização contra furto de gado e crime ambiental no Pantanal
Foram realizados levantamentos aéreos e terrestres em propriedades rurais
O que Itaú, Bradesco, Santander, BTG e outros bancos dizem sobre a alta do juro
Alta de 1 ponto porcentual da Selic, para 12,25%
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.