Polícia investiga se pedreiro de Luziânia agiu sozinho
O chefe do Departamento da Polícia Judiciária de Goiás, delegado Josuemar Vaz de Oliveira, descreveu o pedreiro Admar Jesus Santos, preso ontem (10), acusado de assassinar os seis rapazes de Luziânia (GO), como frio, calculista e inteligente o bastante para convencer seis jovens a acompanhá-lo até uma região deserta e matá-los sem deixar pistas. Os […]
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O chefe do Departamento da Polícia Judiciária de Goiás, delegado Josuemar Vaz de Oliveira, descreveu o pedreiro Admar Jesus Santos, preso ontem (10), acusado de assassinar os seis rapazes de Luziânia (GO), como frio, calculista e inteligente o bastante para convencer seis jovens a acompanhá-lo até uma região deserta e matá-los sem deixar pistas. Os jovens desapareceram entre o fim de dezembro de 2009 e janeiro deste ano.
Embora Admar tenha confessado os crimes e os seis corpos tenham sido localizados em locais por ele indicados, a polícia ainda não dá o caso por concluído. Além de aguardar a identificação dos corpos pelo Instituto Médico Legal (IML), ela investiga a hipótese de outras pessoas estarem de alguma forma envolvidas com o crime.
“Além de ainda ser necessário identificar os corpos, estamos aprofundando as investigações para saber se ele [Admar] agiu sozinho ou se teve a ajuda de alguém”, disse o delegado à Agência Brasil.
Depois de ser preso, Admar afirmou à polícia que convidou os meninos a acompanhá-lo para realizar um serviço, pelo qual prometia pagar em dinheiro. Já no local, ele os teria violentado e, em seguida, assassinado. As mortes teriam ocorrido no mesmo local onde os corpos foram enterrados, versão que a polícia ainda está apurando, já que, para isso, Admar teria que ter convencido os rapazes a descer com ele uma ribanceira em meio ao matagal.
“Durante toda a investigação, não encontramos qualquer indício de que tenha havido violência nas abordagens e, por isso mesmo, sempre trabalhamos com a hipótese de que as vítimas acompanharam o acusado voluntariamente”, diz Oliveira. “Porém, achamos difícil que o Admar tenha convencido os jovens a descer a ribanceira sem tê-los subjugado com alguma arma, provavelmente uma faca”.
Alguns moradores de Luziânia e parentes das vítimas, como Fábio da Silva, pai de George Rabelo dos Santos, 17 anos, um dos garotos desaparecidos, desconfiam da versão de que os rapazes tenham seguido Admar por cerca de 6 quilômetros – a distância aproximada entre o bairro Parque Estrela Dalva e o local onde os corpos foram encontrados – por vontade própria. E que, no auge do vigor físico, não tenham resistido ou tentado fugir de um homem de 40 anos, ainda que armado com uma faca.
Entre as famílias das vítimas, a prisão de Admar após a confissão e a localização dos corpos é a conclusão de uma primeira etapa para que a Justiça seja feita. “Saber que os corpos foram encontrados ajuda a diminuir nosso sofrimento, mas não nossa revolta. Pelo menos vou poder enterrar meu filho e o assassino está preso, mas ainda esperamos para ver o que a Justiça irá fazer com ele [Admar]”, disse Sirlene Gomes de Jesus, mãe de George Rabelo.
Ela lembrou que o pedreiro, condenado pelo crime de pedofilia, havia sido solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, uma semana antes de matar Diego Alves Rodrigues, 13 anos, o primeiro dos seis jovens assassinados, como confessou.
“Nossa expectativa era de encontrar o Paulo Victor [Vieira de Azevedo Lima, 16 anos] com vida e jamais imaginamos que houvesse um assassino vivendo tão próximo de nós. Essa dor no coração vai ficar para toda a vida, mas agora é necessário nos acalmarmos. Da Justiça, esperamos que ele não saia nunca mais da cadeia”, disse Jucélio Vieira de Azevedo, tio de Paulo Victor.
“Estamos muito chateados. O Márcio [Luiz de Souza Lopes, 19 anos] era um garoto muito bom. Não sei como isso foi acontecer, mas ontem fiquei sabendo que o encontraram morto e nada disso [as circunstâncias do crime] importa mais”, comentou Gasparino da Mota e Silva, ainda duvidando que seu neto esteja morto.
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