Presidente da Turquia admite ‘falhas’ na resposta ao terremoto que matou 11 mil
O governante visitou a província de Hatay, a mais afetada pelo desastre natural, na quarta-feira, 8
Agência Estado –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reconheceu que houve falha na resposta ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria na segunda-feira passada, dia 6, e causou a morte de mais de 16 mil pessoas.
O governante visitou a província de Hatay, a mais afetada pelo desastre natural, na quarta-feira, 8, e reforçou que o clima frio também é um fator que não colabora com as operações de emergência. “Não é possível estar preparado para tal desastre”, afirmou Erdogan. Turcos criticaram as ações do governo e disseram que as equipes de resgate demoraram a chegar nos locais atingidos, e o presidente destacou que o “não deixará nenhum cidadão descuidado”.
À medida que cresce o número de mortes provocadas pelo terremoto que atingiu a Turquia, aumenta a insatisfação da população frente a reação do governo de Recep Erdogan ao desastre. Até agora, o terremoto causou mais de 16 mil pessoas na Turquia e na Síria.
Candidato à reeleição em maio, Erdogan usou a visita ao local da tragédia para atacar adversários políticos que. segundo ele, espalham “mentiras e calúnias” sobre as ações do governo. Enquanto isso, o líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu, atribuiu à gestão de atual os efeitos devastadores do terremoto, ao dizer que o presidente não preparou o país para uma catástrofe como essa e fez mau uso do dinheiro disponível.
Buscas continuam
Os socorristas seguem em busca de pessoas soterradas nos escombros. Vários países, inclusive o Brasil, se mobilizaram para ajudar no resgate das vítimas, contudo, para especialistas, as chances de encontrar sobreviventes passados três dias da tragédia é pequena. “As primeiras 72 horas são consideradas críticas”, disse o especialista em riscos naturais da Nottingham Trent University, Steven Godby, à Associated Press. “A taxa de sobrevivência em 24 horas, em média, é de 74%; após 72 horas, é de 22%; e no quinto dia, é de 6%”, acrescentou ele.
Para o professor de planejamento e gerenciamento de emergência da University College London, David Alexander, dados de terremotos anteriores confirmam a dificuldade para encontrar vítimas soterradas à essa altura. “Estatisticamente, hoje é o dia em que vamos parar de encontrar pessoas. Isso não significa que devemos parar de procurar.”, afirmou.
O professor disse também que o número exato de mortos pode demorar a ser conhecido devido à quantidade de escombros. Ainda assim, o número de vítimas fatais já superou o de um terremoto de magnitude 7,8 que matou 8.800 pessoas no Nepal em 2015, o que fez dos tremores na Turquia e na Síria o terremoto mais letal da década.
Revolta
“Enfrentamos dificuldades no início com os aeroportos e as estradas, mas hoje estamos melhores e amanhã estaremos melhores”, disse Erdogan em Kahramanmaras, em resposta às críticas. “Estamos diante de um grande desastre. Meu povo sempre tem paciência. Tenho certeza de que minha nação mostrará paciência novamente.”
“Onde está o Estado? Onde está?”, perguntava desesperado um homem que se identificou como Ali, enquanto diminuíam suas esperanças de encontrar com vida o irmão e o sobrinho presos entre os escombros em Kahramanmaras.
“Onde estão as tendas, os food trucks?”, questionou Melek, 64, em Antakya, no sul do país, à agência de notícias Reuters “Não vimos nenhuma distribuição de comida aqui, ao contrário do que houve em desastres locais anteriores. Sobrevivemos ao terremoto, mas vamos morrer de fome ou de frio aqui”, afirmou. (Com agências internacionais).
Notícias mais lidas agora
- Classificada com alto risco, moradores temem rompimento de barragem no Parque Atlântico
- Após aumento da tarifa, Consórcio Guaicurus tenta garantir repasse maior da prefeitura na Justiça
- Riedel regulamenta proibição do uso de celulares em escolas de Mato Grosso do Sul
- Em rua que nem ônibus passa, moradores do Jardim Centro Oeste ficam isolados por lama e crateras
Últimas Notícias
Desmatamento no Cerrado caiu 33% em 2024, mas ainda é elevado
Em 2023, foram 1 milhão de hectares de mata desmatados
Toyota Hilux roubada em SP é apreendida após perseguição na BR-262
Policiais fiscalizavam na BR-262 quando tentaram abordar o condutor
STF adia conclusão de julgamento sobre revista íntima em presídios
Legalidade da revista íntima vexatória nos presídios
Defensoria denuncia falta de fornecimento de fraldas no CEM
Ingressou com Ação Civil Pública em relação ao descumprimento
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.