Biden afirma que Zelensky não quis ouvir alertas de invasão à Ucrânia

Já a Ucrânia diz que aliados não quisseram ouvir apelos de sanções

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Joe Biden
Joe Biden

O presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou, nessa sexta-feira, que o presidente ucraniano desvalorizou sucessivos avisos dos Estados Unidos de uma iminente invasão russa do país. Kiev reagiu neste sábado: aliados ocidentais “não quiseram ouvir” apelos a sanções preventivas contra Moscou, devolveu o porta-voz de Volodymyr Zelensky, Sergei Nikiforov.

“Muitas pessoas pensaram que eu estava exagerando”, declarou Joe Biden durante uma recepção, em Los Angeles, destinada a levantar fundos para o Partido Democrático.

“Mas eu sabia que tínhamos informações nesse sentido. [Vladimir Putin] ia cruzar a fronteira. Não havia dúvidas e Zelensky não quis ouvir”, acrescentou o presidente dos Estados Unidos. Biden lembrou que, nas semanas que antecederam a invasão, Zelensky chegou a mostrar irritação em público com os avisos de Washington.

A Administração Biden começou a fazer chegar a Kiev avisos sobre os preparativos para uma invasão da Ucrânia muito tempo antes de o presidente russo anunciar, na madrugada de 24 de fevereiro, uma “operação militar especial”.

Reação

Sergei Nikiforov, porta-voz da Presidência ucraniana, reagiu às palavras do presidente dos Estados Unidos, afirmando que o próprio Zelensky pediu sanções preventivas contra a Rússia antes da invasão em larga escala, apelo que os parceiros da Ucrânia “não quiseram ouvir”.

Segundo Nikiforov, o presidente ucraniano teve três ou quatro conversas telefônicas com Biden,antes da eclosão da guerra, durante as quais foram trocadas perspectivas e avaliações detalhadas: “Por isso, a frase ‘não quis ouvir’ precisa provavelmente ser esclarecida”.

Por seu turno, Mykhailo Podolia, conselheiro de Zelensky, assegura que Kiev estava a par dos planos bélicos de Moscou. O presidente ucraniano, frisou o conselheiro, estava atento aos avisos. Todavia, a escala da ofensiva “chocou muitos países”, incluindo parceiros da Ucrânia.

Conteúdos relacionados