Deputados italianos aprovam projeto de lei que proíbe trituração de pintinhos vivos
Decisão foi comemorada por organização internacional de defesa dos animais de produção
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O Parlamento italiano aprovou, nesta semana, um projeto de lei que proíbe o descarte de pintinhos machos pela indústria dos ovos. O próximo passo para banir definitivamente a prática do país é a aprovação do Senado.
Todos os anos, na Itália, entre 25 e 40 milhões de pintinhos machos são mortos por sufocamento ou triturados vivos, sem nenhum tipo de insensibilização. Pela legislação em trâmite, o setor teria até o final de 2026 para fazer as adaptações necessárias.
A decisão é fruto de campanhas de conscientização e relações governamentais realizadas pela organização Animal Equality. A organização faz trabalho semelhante no Brasil para que a prática também seja banida no país, começando por São Paulo, onde já tramita o PL 256/2021. França e Alemanha anunciaram recentemente que também irão proibir a matança dos pintinhos machos.
Os animais machos recém-nascidos são mortos porque, como não botam ovo, não têm valor comercial. Eles também não interessam à indústria da carne por não ganharem peso suficiente em um curto espaço de tempo, como acontece com as raças de frangos de corte.
Campanha
Em 2020, a Animal Equality lançou na Itália uma campanha, que já foi assinada por mais de 110 mil pessoas, pedindo ao governo e à indústria que acabem com esta terrível prática. Graças a este trabalho, ainda em 2020, a Assoavi (Associação Comercial de Produtores de Ovos) se declarou a favor da introdução de tecnologias de sexagem in ovo que são capazes de evitar o descarte de pintinhos machos. A tecnologia consegue descobrir qual ovo dará origem a um pintinho macho. Desta forma, é possível evitar que esse ovo siga no processo produtivo, assim, não se tem o nascimento de animais do sexo masculino.
A emenda aprovada na Itália prevê momentos de adequação à legislação para atualização dos procedimentos de trabalho e do estado tecnológico das empresas do setor de avicultura de postura. Além disso, apoia a introdução e o desenvolvimento de tecnologias e ferramentas de sexagem in ovo que são capazes de identificar o sexo do pintinho antes da eclosão, por meio de políticas de incentivo governamentais.
“O massacre seletivo de pintinhos machos ocorre todos os dias na indústria dos ovos, mas não pode ser considerado normal. O parlamento optou por apoiar a nossa proposta, que segue as linhas ditadas pela União Europeia em matéria de bem-estar dos animais”, disse Alice Trombetta, diretora-executiva da Animal Equality Italia.
No Brasil
A técnica mais utilizada no Brasil é a trituração sem insensibilização. “Em alguns casos, quando as lâminas das máquinas não estão suficientemente afiadas, os animais agonizam muito antes de morrer. Essa situação realmente não pode ser vista como normal. O lucro não pode estar acima da vida e do bem-estar de seres que, assim como nós, sentem medo e dor”, afirma Carla Lettieri, diretora-executiva da Animal Equality Brasil. Cerca de 84 milhões de pintinhos machos morrem todos os anos no Brasil.
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