Israel, Emirados e Bahrein assinam acordo histórico
Nesta terça-feira (15), Israel assinou acordos diplomáticos para a normalização as relações com os Emirados Árabes e o Bahrein. Os pactos foram mediados pelo presidente Donald Trump, que acredita que eles facilitem a aproximação de outros países árabes com os israelenses, rompendo um impasse na diplomacia do Oriente Médio. A Casa Branca também espera que […]
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Nesta terça-feira (15), Israel assinou acordos diplomáticos para a normalização as relações com os Emirados Árabes e o Bahrein. Os pactos foram mediados pelo presidente Donald Trump, que acredita que eles facilitem a aproximação de outros países árabes com os israelenses, rompendo um impasse na diplomacia do Oriente Médio. A Casa Branca também espera que a imagem de “pacificador” renda votos na eleição americana de novembro.
“Esses acordos marcam o amanhecer de um novo Oriente Médio”, afirmou Trump, durante a cerimônia, com a presença do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, e dos chanceleres Abdullatif al-Zayani, do Bahrein, e Abdullah al-Nahyan, dos Emirados.
O tratado com os Emirados foi anunciado em agosto e o pacto com o Bahrein, na semana passada. Eles estabelecem formalmente relações diplomáticas entre Israel e os dois países do Golfo Pérsico, os primeiros acordos do tipo assinados pelos israelenses desde os tratados de paz com o Egito, em 1979, e com a Jordânia, em 1994.
“Esses acordos mostram que é possível estabelecer uma nova relação com os países árabes e avançar para a paz no Oriente Médio. Eles se chamam ‘Acordos Abraão’, porque no fim somos todos irmãos”, disse ao Estadão o cônsul de Israel em São Paulo, Alon Lavi.
Os acordos representam uma vitória para Netanyahu, que vem se equilibrando no cargo de premiê, ameaçado pelo julgamento de três casos de corrupção e pelo parceiro de coalizão, o ministro da Defesa Benny Gantz, que assumirá o governo em novembro de 2021, segundo os termos da aliança fechada entre os dois para evitar uma quarta eleição em Israel, em menos de um ano.
Para Trump, que até agora tinha poucos resultados em política externa para oferecer aos eleitores, os acordos são um feito reconhecido até por muitos adversários democratas. Ontem, o presidente disse que “mais cinco países” logo estabelecerão relações diplomáticas com Israel.
“Estamos muito avançados com mais cinco países. Temos muitas nações preparadas para seguir os passos de Emirados Árabes e Bahrein, e normalizar relações com Israel”, afirmou Trump, sem citar quais seriam os cinco.
Emirados e Bahrein têm com Israel um inimigo em comum: o Irã, que também é uma pedra no sapato dos EUA. A normalização das relações entre israelenses e países árabes moderados deixa o regime iraniano ainda mais isolado na região.
Mas nem todos receberam com otimismo a aproximação. O primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayyeh, disse que a terça-feira será um “dia obscuro” para o mundo árabe. Os palestinos realizaram manifestações e afirmam que receberam uma “punhalada nas costas” dos aliados árabes que aceitaram o acordo com Israel sem esperar a criação de um Estado Palestino.
Desde que assumiu, o objetivo de Trump era alterar o equilíbrio no Oriente Médio com a aproximação entre Israel e árabes em uma aliança contra o Irã. Os acordos antecipam uma mudança de cenário e parecem relegar a um segundo plano a questão palestina
O plano, porém, ainda está longe de ter sucesso. A Autoridade Palestina rejeita a iniciativa e nega a Trump o papel de mediador por ter tomado decisões favoráveis a Israel. Durante a cerimônia de ontem em Washington, foguetes foram disparados de Gaza, ferindo dois israelenses, segundo o jornal Haaretz
Há muitos anos, vários Estados árabes moderados cultivam discretos laços com o governo israelense, mas a normalização das relações vem abrindo oportunidades econômicas e militares. Para os Emirados, por exemplo, os acordos vieram com um contrato de compra de 35 caças F-35 dos EUA. A proposta d preocupa especialistas em segurança de Israel, que temem que o Oriente Médio se lance numa corrida armamentista. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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