Após 3ª noite de protestos, prefeita de Charlotte decreta toque de recolher

Manifestantes protestam contra morte de um negro em uma ação da polícia

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Manifestantes protestam contra morte de um negro em uma ação da polícia

A prefeita de Charlotte, na Carolina do Norte, Estados Unidos, Jennifer Roberts, decretou nesta quinta-feira (22) o toque de recolher, como resposta à terceira noite de protestos na cidade pela morte, na terça (20), do afro-americano Keith Lamont Scott em uma ação da polícia local.

“O toque de recolher estará vigor todos os dias até o fim do estado de emergência ou até que o anúncio oficial seja revogado”, informou a prefeitura de Charlotte, através de sua conta no Twitter.

As autoridades locais disseram no decreto que decisão foi tomada para “proteger de maneira efetiva as vidas e propriedades” da cidade.

“Está proibido andar pelas ruas, becos, estradas ou qualquer outra propriedade pública, exceto aqueles que estejam buscando assistência médica, comida ou serviço necessário para o bem-estar próprio ou de suas famílias”, afirma o decreto.

O toque de recolher não se aplica aos policiais, bombeiros, funcionários do transporte público, médicos, enfermeiros e demais profissionais da área médica, militares de serviço, jornalistas, entre outros.

A mídia local publicou uma fotografia em que a prefeita assina no meio da rua os documentos que autorizam o toque de recolher sobre um automóvel do Departamento de Bombeiros de Charlotte.

Após duas noites de distúrbios, que deixaram um morto, vários feridos e 50 detidos, a prefeita tomou a decisão ao ver que novos protestos começavam nesta quinta pelas ruas da cidade.

O governador da Carolina do Norte, Pat McCrory, declarou na quarta (21) o estado de emergência na cidade de Charlotte, na segunda noite de violentos protestos, onde a polícia teve que dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo.

No entanto, até o momento não foram relatados ocorrências graves durante os protestos desta noite, na qual soldados da Guarda Nacional tomaram as ruas para tentar evitar que se repitam os incidentes violentos. Centenas de pessoas foram para as ruas pela terceira noite consecutiva com o objetivo de protestar contra a morte de Scott, mas desta vez não houve confrontos com a polícia.

Os manifestantes cantaram palavras de ordem para que as autoridades divulguem o vídeo em que os policiais registraram o incidente e a já habitual “Black lives matter” (As vidas dos negros importam) que foram ouvidos nos últimos anos nos EUA contra os supostos abusos policiais contra afro-americanos.

Os protestos começaram na última terça depois que um policial matou a tiros Keith Scott, de 43 anos, no estacionamento de um edifício. A polícia acusou Scott de estar armado e de representar uma “ameaça de morte iminente” para os agentes, um relato que familiares e testemunhas negaram.

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