Robert Plant arrepia fãs do Zeppelin e mostra vigor no Lolla

Apesar de curto, show do vocalista reuniu sucessos e mostrou disposição

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Apesar de curto, show do vocalista reuniu sucessos e mostrou disposição

Com um set enxuto e repleto de (trechos) de clássicos da banda que o alçou como um dos maiores vocalistas de todos os tempos, Robert Plant fez a alegria dos fãs do Led Zeppelin neste sábado (28), durante seu show no Palco Skol do Lollapalooza, em São Paulo. Aos 66 anos, as rugas e a silhueta mais arredondada impressionam muito menos do que a voz ainda potente do cara que inspira gerações de vocalistas há mais de 40 anos.

Às 18h20, o veterano era a única atração roqueira em todo o Autódromo de Interlagos, competindo com o show do DJ norte-americano Skrillex e Marcelo D2, que entrou no line-up para substituir a banda irlandesa Kodaline. Para os mais fiéis ao gênero, aliás, deixar a área nem foi uma opção ao fim do show, afinal era aquele mesmo palco que seria assumido por Jack White mais tarde.

O êxtase dos fãs de Plant começou com a sua tímida aparição no palco, sob luzes verdes e azuis. No palco, sua banda, os Sensational Space Shifters, já estava posicionada e só aguardava o comando do vocalista para mandar a primeira cacetada, Babe I’m Gonna Leave You , música de Joan Baez regravada pelo Zeppelin em 1969. A cada agudo rouco de Plant, o público respondia com delírio, muitos incrédulos por verem pela primeira vez a lenda ao vivo. The Lemon Song foi mais um petardo, regendo um exército de “air drummers”.

Rainbow , do disco mais recente de Plant, Lullaby… And The Ceaseless Roar , veio em seguida, mas não chegou a ganhar um coro à altura. Justiça seja feita, a grandiosidade da performance do britânico deve-se em grande parte aos seus companheiros de palco, que incluem o baterista Dave Smith, o tecladista John Baggot, o baixista e guitarrista John Adams e o músico gambiano Juldeh Camara, responsável pelas intervenções mais excêntricas do show.

Black Dog ganhou uma versão mais cadenciada, mas não menos épica, antes de Plant tirar de vez o pé do acelerador e mandar uma sequência de seus hits solos, com Arbaden e Turn It Up. Mas a carta na manga ainda estava por vir. Com uma bela introdução no violão, Going To California , do incônico Led Zeppelin IV , surgiu com destino certo: o coração dos fãs de Zeppelin. “É ótimo estar de volta aqui. Que tempo agradável”, elogiou Robert, sem saber do alívio da plateia que escapou de uma previsão de chuva.

Spoonful e Little Maggie deram a deixa para Ramble On , que acabou empolgando o público nostálgico mais uma vez. What Is And What Never Should Bem Fixin’ To Die e I Just To Make Love To You , esta última cover do mestre blueseiro Willie Dixon, foram as últimas do set tocadas na íntegra, antes de um pot-pourri poderoso de Whole Lotta Love e Who Do You Love . O melhor, claro, ficou para o final. Rock And Roll arrepiou até quem via Plant de longe, mas ouvia com clareza uma das vozes mais marcantes do rock.

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