Chega a dar dó. Após exatos dois anos sem estrear uma novela das nove inédita, a lançou, nesta segunda-feira (8), sua esperada trama do horário nobre completamente novinha em folha, que já entrou no ar 100% gravada, sem espaço para alterações. No entanto, o esforço de toda a equipe, que vinha gravando o folhetim desde 2019 e enfrentou a pandemia, não deu resultados no primeiro capítulo. 

Pelo contrário, “Um Lugar ao Sol” registrou simplesmente a pior audiência de todos os tempos em uma estreia às 21 horas, com 25,2 pontos, derrubando até do Jornal Nacional. Antes disso, o título de pior da história para o horário era de “A Lei do Amor” (2016), que estreou com 30,6 pontos de audiência. A meta atual estabelecida pela é de 30 pontos, e “Um Lugar ao Sol” ficou cinco números abaixo da marca.

Dois fatores importantíssimos podem ter contribuído para o fracasso histórico: o filtro extremamente azulado utilizado pela direção para dar identidade visual à história, e a repetida e batida trama de gêmeos, em que um assume o lugar do outro. Pouco intimista, o efeito na imagem espanta o público, que busca uma fotografia mais aconchegante para se apegar a personagens que vão ficar tanto tempo na telinha. Sem nenhuma novidade, como a própria autora Lícia Manzo declarou, a trama também não convida e não desperta interesse.

A queda de audiência entre o último capítulo de “Império”, que atingiu mais de 35 pontos na sexta (5) — impulsionado pela cobertura da morte da Marília Mendonça — foi muito abrupta. “Um Lugar ao Sol” derrubou a faixa em estrondosos 10 pontos no Ibope e registrou um fiasco nunca visto antes.

Ainda no início, a novela tem cinco meses e 107 capítulos pela frente para tentar se recuperar e entregar a faixa bem ao aguardado remake de “Pantanal”. Caso contrário, o folhetim que se passa no bioma sul-mato-grossense vai ter que fazer milagre para levantar o horário.