MidiaMAIS visitou bairro em busca de donos lutando contra o frio
A tarde com sol tem “enganado” o campo-grandense, que tem sofrido com as temperaturas baixas madrugada adentro, em uma onda de frio que já dura duas semanas. O frio promete dar uma amenizada nesta terça-feira, mas durante o feriado desta segunda-feira (13) ele persistiu por toda a Capital.
Por isso, nossa reportagem saiu para investigar como os donos e apaixonados por cães e gatos, que também sofrem com o outono gelado, fizeram para que os bichinhos não passassem frio nas madrugadas onde a sensação térmica chegou a -5°C em algumas regiões. “Os animais são muito mais propícios a terem problemas com o frio que os seres humanos. Precisam de muita proteção, mesmo sendo mais peludos. Cães e gatos de pêlo curto podem sofrer muito”, explicou o médico veterinário Antônio Morais.
No coração do bairro Santo Amaro, uma casa muito simples se estendia com moradores sentados na calçada, em cadeiras de fio, aproveitando que batia um pouco de sol na manhã fria desta segunda. Em uma das cadeiras um cachorrinho simpático fazia o mesmo que Shirlei Assis, dona de casa de 45 anos, vestida com touca, luvas e muitos casacos. O cachorro Caçulinha, segundo ela, ganhou uma roupa de frio mas arrancou a mesma sem a menor cerimônia. “Ele odeia roupa, não usa mesmo. Por isso no frio eu coloco a casinha dele no coberto, num cantinho, e encho de panos, cobertores, também forro o telhado da casinha e dou bastante comida”, revelou Shirlei. O “cantinho” de caçulinha foi também protegido do vento gelado.
Roupas para animais
O comerciante Rodrigo Pontes, 32 anos, aproveitou uma casinha de brinquedo das crianças da casa, e improvisou com plástico e panos, a casa de Fofinho, um cachorrinho que ao contrário de Caçulinha, se manteve usando uma roupa de tecido próprio para cães. “Ele faz muita bagunça então adaptei essa casa de brinquedo para ele, e coloquei o plástico para não entrar o vento. Nos dias frios ele nem bota o nariz para fora da casinha”, revelou o dono, apresentando o cantinho de Fofinho.
Fofinho e Caçulinha são cães jovens, de no máximo 1 ano de idade, mas os cães e gatos idosos podem sofrer muito mais com o frio e necessitam de cuidados redobrados. Foi isso que a dona de casa Oneida Delmondes, 69 anos, percebeu ao agasalhar seus bichos de estimação. A Paçoca, cachorrinha vira-lata idosa, passou a dormir em uma caminha reforçada dentro de casa. “Eu coloco até duas roupinhas nela”, acrescenta Oneida.
Segundo o veterinário Antônio, a decisão é acertada em se tratando de um cão idoso. “A perda de massa muscular e de camada de gordura, natural do envelhecimento, faz com que sintam mais frio, e em animais com problemas articulares a dor tende a aumentar. Sendo assim, cães acima de sete anos de idade, de todas as raças, devem ser observados de perto durante o período mais frio do ano”, indica o profissional.
Para a professora Patrícia Delmondes Cabral, 41 anos, dona de 7 cachorrinhos e 1 gato, o inverno é oportunidade de cuidar melhor ainda dos seus bichinhos. Ela também investe em mais roupinhas, casinhas reforçadas, e no caso dos gatos, que não usam roupinhas, manter o bicho de estimação dentro de casa é ideal. “Fico com muita pena dos animais nesse frio, precisamos redobrar os cuidados”, acredita. Um cobertor velho pode ser doado ao cachorrinho e ao gatinho e é preciso, no inverno, reforçar as refeições do bichinho, já que quanto mais bem alimentado, mais energia ele terá para atravessar o frio campo-grandense.
