Mais sucuris? Bioparque comenta ausência de sucuri-amarela e explica por que só há uma verde
Afinal, se a sucuri-amarela é a típica do pantanal, por que no Bioparque só tem a verde? Complexo fala sobre plantel e esclarece se mais sucuris virão em breve
João Ramos –
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Quem acompanha os badalados agitos dos tanques e dos animais do Bioparque Pantanal já está sabendo que a sucuri-verde Gaby não mora mais sozinha. Antes solitária em seu tanque, a antissocial cobra ganhou novos colegas de recinto e passou a dividir o espaço com sardinhas-de-água-doce, um peixe-cachorro e duas piramboias – estes últimos, peixes que têm pulmão e podem morrer afogados.
Ao descobrirem a novidade, muitos campo-grandenses, no entanto, ficaram curiosos para saber por que a sucuri Gaby não ganha um companheiro macho para se reproduzir dentro do Bioparque Pantanal. Além disso, a ausência de uma sucuri-amarela (Eunectes notaeus) no complexo de aquários também passou a ser notada. Isso porque o Bioparque leva o Pantanal no nome e a sucuri-amarela é típica desse bioma, enquanto a sucuri-verde (Eunectes murinus), única cobra do plantel, não.
Bioparque dá respostas sobre sucuri-amarela e mais sucuris-verdes
Ao Jornal Midiamax, o complexo revela que não há nenhuma previsão da chegada de uma outra sucuri para morar no local, seja ela verde ou amarela. E a explicação é bem simples. De acordo com o Bioparque, só há uma sucuri no plantel (Gaby) porque ela foi resgatada.
“Como seguimos o conceito moderno de aquários e zoológicos, só temos em ambiente controlado, animais que não podem voltar para a natureza, que geralmente são apreendidos, ou de tráfico ilegal de animais”, esclarece a Diretora-Geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.
Desse modo, não há sucuri-amarela porque nenhuma foi apreendida. Já Gaby não ganha companheiras de sua espécie pelo mesmo motivo. “A sucuri Gaby não pode ser reintroduzida na natureza, por isso recebemos ela. Aqui os animais não são objetos de contemplação”, frisa Maria Fernanda, dando fim às dúvidas dos curiosos e ressaltando que nenhum animal é retirado da natureza para ser exposto no complexo.
Mais sobre sucuris-amarelas
De acordo com o 47º Batalhão de Infantaria do Comando Militar do Oeste, a sucuri-amarela (Eunectes notaeus) é uma espécie de cobra originária de América do Sul. É menor que a sucuri-verde (Eunectes murinus), e por isso, suas presas também são menores. Não é peçonhenta e mata as presas por constrição.
Em média, as sucuris-amarelas costumam ter de 3,3 a 4,4 metros de comprimento total. As fêmeas também costumam ser maiores do que os machos. O peso varia entre 25 e 35 kg, porém, os exemplares maiores podem ter até 55 quilos.
Sua alimentação consiste basicamente em aves, ovos, peixes, répteis (incluindo jacarés), pequenos mamíferos e até mesmo cervos, caititus e capivaras. O Jornal Midiamax já noticiou dois casos de sucuris-amarelas que se deram mal por cometerem o “pecado” da gula, demonstrando que a espécie, às vezes, tem mesmo os olhos maiores que a barriga, principalmente por ser muito faminta no pantanal.
Sucuri Gaby veio do Pará para o Bioparque Pantanal
Da espécie sucuri-verde (Eunectes murinus), Gaby tem em torno de 3 metros de comprimento e veio de um local de preservação da fauna do Pará. Conforme o biólogo Allyson Favero, a serpente foi resgatada com ferimentos ainda bem jovem.
“Ela chegou com alguns machucados, provavelmente foi capturada. Teve os primeiros atendimentos e criaram ela [no Pará], já que provavelmente não tinha capacidade de voltar a natureza”, diz. Mas, por ser criada com a presença humana, fazer seu manejo não é uma tarefa difícil. “[…] ela é bem calma, não se assusta com a presença de pessoas”, conta o biólogo.
Segundo o Bioparque, essa espécie de sucuri é a maior serpente do mundo em volume corporal, podendo ultrapassar os 6 metros. Sua expectativa de vida é de 10 anos em ambiente natural e de 30 anos em cativeiro.
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