Campo Grande teve uma noite cultural tomada pela força feminina, nessa terça-feira (5), no auditório do Rubens Gil de Camilo, Parque dos Poderes. Após quatro anos de gravações em todo o país, o trabalho de 11 obstinadas pela natureza foi exibido no documentário “Mulheres na Conservação”.

“Em agosto de 2019, portanto, há exatos 4 anos, iniciamos a nossa primeira viagem, a nossa saída de Campo Grande de rumo ao Pantanal, para documentar nossas primeiras personagens do projeto. O trabalho inicial foi feito com as pesquisadoras Patrícia Médici, que estuda a anta brasileira, e também a doutora e professora Neiva Guedes, com o seu trabalho com o Instituto Arara Azul. E foi muito emblemático e importante ter as duas em campo, cada uma na sua área”, afirmou ao Jornal Midiamax a diretora e produtora do documentário, Paulina Chamorro, de 45 anos.

Segundo a diretora, as mulheres sul-mato-grossenses se tornaram referência. “A partir delas, planejamos todas as outras saídas de Campo Grande, com outras mulheres que nos receberam com muito carinho também, então, essa região é muito especial, é um acolhimento que começou em 2019 e resultou em todo o trabalho apresentado agora”, comentou.

A primeira gravação, por exemplo, contou com a participação da Neiva Guedes e as gravações foram feitas na Fazenda Caiman, no pantanal sul-mato-grossense, onde fica a base de campo do Projeto Arara Azul.

Arara azul (Nathalia Alcântara, Midiamax)

São ao todo 33 anos de pesquisa contínua, sendo um dos projetos de pesquisa, monitoramento e conservação mais longevo do Brasil.

Na época, Neiva apoiou o documentário e inclusive ajudou a abrir portas na Fundação Toyota do Brasil, onde posteriormente os envolvidos conseguiram patrocínio para viajar pelo país.

Ao todo, 11 mulheres participaram do documentário, focado mais na história de 7.

“Ela nos trazem, justamente, não só a importância do trabalho pela conservação, mas, também o seu amor, as suas motivações, o seu propósito e os desafios que tiveram que enfrentar para chegar a este resultado, que é de décadas de vida dedicada a natureza do Brasil”, disse Chamorro.

Além do trabalho jornalístico, a diretora ressalta o fato do trabalho caminhar para o cinema. “Trazer tudo isto para a sétima arte, que tem essa linguagem emotiva, nos dá a expectativa de que possamos ter esperança e novas referências para meninos e meninas, que possam olhar e se inspirar na história dessas mulheres e usá-las e tê-las como referência. Por muito tempo, sempre tivemos mulheres em campo trabalhando pela natureza, mas, o imaginário sempre nos traz um homem, então, também estamos querendo mudar essa realidade na cabeça das pessoas. Quando pensarem em projetos de conservação, de defender a natureza, pensem no papel destas grandes mulheres retratadas no documentário”, ressaltou.

Para quem quiser assistir, em breve o documentário será disponibilizado em plataformas de streaming.

Veja o teaser do documentário: