Com a união de cachoeiras, trilha e uma vista privilegiada, a natureza da Córrego Limpo — o nome oficial de onde fica o Morro do Ernesto — tornou-se reduto para quem busca não só lazer, mas prática de esportes radicais ou, até mesmo, desconectar-se da rotina urbana. O melhor de tudo é que esse paraíso está a apenas 24 km do centro de ou a 20 km dos limites da cidade.

Partindo da Capital, o aventureiro deve pegar a saída para o (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul), em direção à rodovia MS-080. Na primeira rotatória, você deve pegar a direita e seguir até um acesso de terra do lado esquerdo da via, onde uma placa indicará a entrada da propriedade, a 7 km dali.

Na recepção, se for a sua primeira vez, você receberá uma rápida instrução sobre a propriedade. Dentro e pegando a estrada da esquerda, você terá acesso às atrações aquáticas. A primeira delas é a Cachoeira da Escada, com até 7 metros de profundidade. Para quem não dispensa um bom mergulho, a queda d'água é a parada ideal para se refrescar e nadar — como mostrado no vídeo ao final da matéria.

Uma das cachoeiras da propriedade (Foto: Divulgação / Morro do Ernesto) 

Mais à frente, a Ilha de Pedra é a escolha para aqueles que procuram águas mais calmas e o leito do rio para jogar conversa fora. Muitos visitantes aproveitam para sentar nas corredeiras, aproveitar a tranquilidade do lugar e tomar a bebida mais típica do sul-mato-grossense, o clássico tereré.

A Corredeira da Passagem é o terceiro e último atrativo aquático, cuja paisagem é bastante semelhante a da Ilha de Pedra. Tanto é que as duas são mais procuradas por famílias com crianças pequenas. Todo o trajeto entre as três cachoeiras pode ser feito com o veículo.

Subida desafiadora

Voltando à bifurcação do início da estrada — dentro da propriedade — e pegando o acesso à direita, você seguirá para o Morro do Ernesto, atração principal da fazenda. Os veículos chegarão até um estacionamento, e é a partir daí que o desafio começa: são 2,5 km de caminhada em meio à vegetação.

A recomendação, que vale para todos os trechos,  é que o aventureiro leve água e um lanche leve, pois a trilha e íngreme e cansativa, exigindo bastante esforço para quem sobe a pé ou de bicicleta. São cerca de 45 minutos de caminhada. O desafio, porém, vale muito a pena e presenteia visitantes com uma vista de “viver”.

Por fim, todas as tribos se reúnem no cume do morro: trilheiros, famílias, ciclistas, casais e amantes da natureza. Todos reservam um tempo do seu dia para contemplar o por do sol e a beleza exuberante do topo. Lá, os olhos se perdem entre a imensidão do horizonte, e a sensação indescritível de vivenciar o por do sol em um cenário deslumbrante.

História e inclusão social 

O casamento da fazenda com o turismo de aventura já é antigo. “Antes a propriedade era da família Campagna, do senhor Ernesto. Mantivemos o nome em homenagem a ele, que já é falecido. Por volta de 1972, o pessoal já saltava no morro de parapente”, disse o proprietário, Nelson Prioli Gonçalves, de 64 anos.

Visitação com a cadeira adaptada (Foto: Divulgação / Morro do Ernesto)

 

A fazenda foi adquirida pelos novos donos em 2016, que se surpreenderam com a procura pelo turismo no local. “Nós a compramos em 2016 para mexer com gado, e a questão do turismo foi uma coisa que começamos sem entender. As pessoas perguntavam sobre a visitação e queriam subir o morro. Começamos a liberar as visitas. A gente começou a estudar e dar uma olhada no que o pessoal fazia. Era incrível e como as pessoas gostavam do por do sol. A partir daí, começamos a melhorar a estrada. No futuro, a intenção é colocar um teleférico e investir mais na estrutura”, disse ele.

Hoje, o Morro do Ernesto é uma referência em turismo de aventura, focando sempre no cuidado com a natureza. “Não é um balneário. Nosso foco é o ecoturismo de preservação, é um espaço para as pessoas curtirem a natureza. Pedimos sempre para as pessoas cuidarem do seu lixo e não deixamos fazer churrasco. E para um banho seguro, temos guarda vidas”, explicou.

Pensando na inclusão, os atuais gestores do Morro do Ernesto realizaram a compra de uma cadeira de rodas adaptada. Uma vez por mês, eles disponibilizam a subida totalmente gratuita para PcDs (Pessoas com Deficiência). 

“O Morro do Ernesto comprou essa cadeira para que as pessoas que tem mobilidade reduzida também visitem o topo. É uma questão de inclusão social, é bonito ver essas pessoas superando aquela subida. Para nós, é gratificante ver a alegria deles quando veem o por do sol lá em cima”, finalizou Prioli.

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Serviço:

O Morro do Ernesto abre para visitação aos sábados, domingos e feriados. Com exceção da semana santa, natal e ano novo. O local abre às 6h com entrada permitida até as 16h. O valor do ingresso é de R$ 20 por pessoa. Crianças até 12 anos não pagam. É permitida a entrada com animais de estimação.