Gilson ensina a cultivar horta doméstica para viver livre de agrotóxicos em Campo Grande

Cultivar horta doméstica é sinônimo de boa alimentação e qualidade de vida. Dessa forma, o vendedor Gilson da Silva Luz, de 30 anos, entende bem do assunto. No início do ano, ele mudou totalmente seu hábito de consumo, deixou o supermercado de lado e passou a fazer sua própria plantação orgânica no quintal de casa, em Campo Grande. A princípio, o plano deu tão certo que o homem compartilha seus ensinamentos para as demais pessoas.

As primeiras sementes foram plantadas em janeiro de 2022 com o propósito de ter alimentos mais saudáveis em casa, ou seja, sem a adição de componentes químicos. Morador do bairro Jardim Centenário, Gilson nasceu em área rural do interior de Mato Grosso do Sul e pegou ainda mais gosto pela prática. Agora, a horta já está grande em comparação ao terreno. 

“Temos abóbora, berinjela, pepino, jiló, maxixe, pimenta, tomate, cebolinha, orégano, salsinha, hortelã, coentro, couve, quiabo, manjericão, rúcula, alface, amora, morango, milho” e por aí vai.

Ao mesmo tempo que cuidava da plantação, também teve a ideia de expandir o conhecimento para a Internet e ensinar o método de cultivo orgânico em casa, em vasos. Desse modo, criou um canal no Youtube há cerca de um mês.

Canal no Youtube 

O canal do Youtube ‘Sítio na City’ é novo, de modo a reunir pouco mais de 180 inscritos. Gilson ensina as pessoas como cultivar diversos tipos de leguminosas, hortaliças e flores. Há também vídeos sobre dicas de plantação, adubos, poda e colheita. 

Horta doméstica é alternativa mais acessível  

Até alguns anos atrás, era comum encontrar as tradicionais hortas ‘de bairro’. No entanto, é cada vez mais raro encontrar uma na cidade. Conforme levantamento feito pelo Jornal Midiamax, o motivo está na alta de insumos, queda nas vendas e reajuste de preços, que fazem com que, muitas vezes, os empreendimentos se tornem insustentáveis.

A horta doméstica surge como possibilidade de plantio para quem deseja fugir dos supermercados, seja pela busca de produtos mais baratos ou até mesmo mais frescos. Conforme pontuado pelo nutricionista Gabriel Barbosa Delmondes (CRN3: 60907) os benefícios de alimentos in natura e minimamente processados são diversos, tanto para a saúde quanto para o meio ambiente. 

“São alimentos que sua produção impactam muito menos o meio ambiente do que alimentos industrializados, além de que, é possível apoiar a agricultura familiar ao comprar esses alimentos em feiras”, explica.

Agrotóxico na alimentação: bom ou ruim?

 A utilização e agrotóxicos no plantio de larga escala e, consequentemente, na alimentação, ganhou mais destaque nos últimos anos. Segundo o especialista, o consumo sustentável de alimentos é disseminado como recomendação, assim como reforça o nosso guia alimentar.

Atualmente, a Lei 7.802 especifica que os agrotóxicos, seus componentes e afins, só podem ser produzidos, exportados, importados, comercializados e utilizados, se previamente registrados em órgão federal.

Mesmo com a segurança estabelecida pelos órgãos de saúde e vigilância sanitária do Brasil, pesquisas mostram que é importante ficar em alerta.

“Estudos feitos com componentes de algumas dessas substâncias revelam que os efeitos a longo prazo da exposição dos contaminantes estudados ao organismo humano vão de impactos neurológicos, cânceres e até mutações genéticas. Portanto, é importante reforçar que o termo “agrotóxicos” representa de forma mais fiel a realidade dessas substâncias do que apenas ‘pesticidas’ ou ‘defensivos agrícolas’ ”, conclui o especialista.

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