Cada vez mais raras, hortas populares sofrem com aumento dos insumos e quase somem do mapa
Com um processo de urbanização em expansão, as tradicionais hortas “de bairro” tornaram-se lugares cada vez mais raros no cenário campo-grandense. O motivo, como sempre, está na crise: alta de insumos, queda nas vendas e reajuste de preços, que fazem com que, muitas vezes, os empreendimentos se tornem insustentáveis. Para o proprietário de uma horta, […]
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Com um processo de urbanização em expansão, as tradicionais hortas “de bairro” tornaram-se lugares cada vez mais raros no cenário campo-grandense. O motivo, como sempre, está na crise: alta de insumos, queda nas vendas e reajuste de preços, que fazem com que, muitas vezes, os empreendimentos se tornem insustentáveis.
Para o proprietário de uma horta, no bairro Vilas Boas, a produção de legumes e verduras tem sofrido um forte prejuízo com a alta de adubos e sementes. “Está difícil, mas estamos brigando, os produto estão com os preços lá em cima”, explica José de Almeida, de 36 anos.
No local, são produzidos mais de 11 tipos de legumes e verduras. Porém, esses produtos vêm enfrentando uma forte desvalorização no mercado local. “No Ceasa da região, eles pagam R$ 15,00 ‘chorando’ por uma caixa de alface com 18 unidades, ao preço de custo. Para cargas que vem de São Paulo, a mesma caixa é comprada por R$27,00″, explica o produtor.
Para lidar com a instabilidade do mercado, e com a ausência de algumas verduras, o comerciante tem comprado mercadorias de outros produtores locais, mas teme por um novo aumento. “Tenho medo, nós sobrevivemos disso, nos últimos três meses houve uma queda de 15% nas vendas” diz.
Para quem veio de fora do Estado, a desvalorização do produto local fica mais visível a cada colheita. “Sou do Paraná, os produtores trazem as mudas de lá até Campo Grande e conseguem vender mais barato do que o produtor local” detalha Valdecir Neumann, de 48 anos.
Com o seu empreendimento no bairro Noroeste, o peso da produção também é sentido nos insumos de todas as vertentes. “Adubo, inseticida, fungicida todos os produtos estão caros”, finaliza.
Efeito dominó
Na região do Tiradentes, uma horta familiar enfrenta problemas semelhantes para manter a produção, principalmente após a falência de alguns restaurantes durante a pandemia. “ As coisas estão subindo muito, da semente ao adubo, e tivemos uma queda de 40% com alguns restaurantes que fecharam ou que estão de recesso” explica Lineker de Lima Aquino, de 30 anos.
Em questão de meses, o produtor viu os preços dispararem: O adubo natural que era R$70,00 agora está R$150,00 e o frete que era R$700,00 hoje está por R$1200,00. Para lidar com a situação, o agricultor aposta na produção de coentro e rúcula, itens mais difíceis de produzir no atual período de chuva e que podem geram mais lucro pela escassez no mercado. “Dançamos conforme a música, subimos o preço de algumas plantas e apostamos no que é mais difícil em época de chuva, como coentro e rúcula”, explica Lineker.
Mesmo com um diagnóstico pouco favorável, o trabalhador descarta o risco de perder o emprego. “ Pode acabar por falta de mão-de-obra, mas normalmente você sobrevive, porque sempre tem procura”, finaliza.
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