Você sabe o que acontece na rua 14 de Julho em Campo Grande quando tudo fecha?
Por questões de segurança, situação só pode ser realizada à noite, quando ninguém passa pela rua 14 de Julho
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Ponto de referência do comércio campo-grandense, a rua 14 de Julho, localizada no centro da cidade, entre a rua Treze de Maio e a Avenida Calógeras, abriga algumas das principais lojas da Capital. Por lá, centenas de pessoas passam o dia fazendo compras ou só batendo perna mesmo. À noite, quando tudo fecha na via (que é uma das mais movimentadas de Campo Grande), o cenário muda.
Por questões de segurança, a situação proposta por apaixonados e aventureiros da cidade morena só pode acontecer quando ninguém passa pela rua, e o asfalto e a calçada novinhos são ótimas pistas para esta atividade: o patins. Sim, o que acontece na 14 quando tudo fecha é a prática do patins. Pelo menos foi assim que a página regional “Campo Grande Mil Grau” divulgou a ação há alguns dias no Instagram, e o coordenador do passeio confirmou a história ao Jornal Midiamax. Muita gente não sabia o que ocorria por lá no escurecer do dia, inclusive os próprios trabalhadores das lojas que dominam o espaço.
Ver essa foto no Instagram“Ah, pronto! Agora eu quero andar de patins na 14”, comentou uma campo-grandense encantada com o vídeo divulgado. “Muito legal, já quero um patins também”, se impressionou outra. O fato é que a atividade acontece no centro, em uma das principais ruas da cidade, e pouca gente sabe disso porque está em outros cantos de Campo Grande.
A iniciativa é do empreendedor paranaense Hudson Kássio Tolentino Martins, de 31 anos, que vive há 12 na Capital de MS. Ele administra o “Grupo Galera do Patins Campo Grande-MS”, promovendo passeios sob as rodinhas do equipamento pela cidade. Apesar da 14 ter sido o grande chamariz para o anúncio do esporte, a prática não se limita a esta rua e se espalha por vários pontos de toda a Campo Grande, principalmente na Orla Morena.
“Todos os dias nos encontramos na Orla Morena e, de lá, saímos para vários passeios, na modalidade chamada Urban (patinar na rua). Desde passeios iniciantes até o aeroporto e terminal Bandeirantes, a passeios mais avançados até a 14 ou pela Avenida Mato Grosso”, contou o professor de patins ao MidiaMAIS.
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Fazendo altas manobras, e com algumas práticas mais avançadas, ele garante que tudo é muito seguro. “Sempre ajudamos os iniciantes dando dicas e ajudando nos treinos de equilíbrio e frenagens. Nossos passeios são sempre em dias e horários de pouco fluxo de carros nas ruas, para evitar acidentes”, disse.
No grupo, já popular em Campo Grande, tudo acontece de graça. Ninguém precisa pagar nada, a não ser pelos próprios equipamentos. Hudson conta ser movido pelo amor. “Ali na Orla tem locação de patins para aqueles que querem experimentar, sem sair comprando tudo de cara. Eu hoje trabalho com aulas particulares de patinação, porém, no grupo, todo o trabalho é feito por amor ao esporte que tanto cresce no nosso Estado”, afirma ele.
“Estamos sempre com proteções, principalmente capacetes. Todos os nossos passeios são marcados em dias e horários de pouco fluxo nas ruas e com orientações de patinadores experientes. Para iniciarem na modalidade Urban, é necessário passar por uma triagem no grupo, para evitar acidentes. Sendo assim, o grupo tem mais de 8 anos de existência e nunca registrou nenhum acidente grave”, conta Hudson, que iniciou na patinação em 2012, e conheceu o grupo em 2013, com pouco mais de dez patinadores. Foi ali que surgiu a paixão.
O que precisa?
O professor do “Galera do Patins” se orgulha pelo grupo ser o maior em Mato Grosso do Sul, com mais de 300 membros ativos no WhatsApp, onde combinam os passeios e oficinas. “Já fomos para competições fora do Estado, e um de nossos membros, em seu primeiro campeonato, ficou em terceiro lugar no campeonato sul-americano, o patinador Miguel Nigro”, menciona.
“Ajudamos a criar vários outros grupos no interior de MS… Turma do patins em Dourados, Corumbá Inline, e o mais recente, Galera do patins Ponta Porã. Hoje, nosso maior objetivo é conquistar um espaço para a prática esportiva. Infelizmente, não existe nenhum espaço destinado ao esporte no estado de Mato Grosso do Sul”, lamenta.
Em Campo Grande, Hudson revela o que é preciso para participar, pelo menos, do grupo que coordena: “vontade e dedicação nos treinos”, finaliza.
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