Instalado em novo prédio, acervo do Arca deve inaugurar até fevereiro de 2022 em Campo Grande
Após 13 anos, o Arca deixou o prédio da Rua Pedro Celestino e já se mudou para instalação no Monte Castelo
Arquivo –
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O acervo do Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) já está instalado em novo prédio após meses do processo de mudança. Apesar da transferência estar concluída, o espaço segue fechado para o público e funciona apenas em regime de trabalho interno, uma vez que equipes da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo) se preparam para a inauguração, prevista para o início de 2022.
“O ARCA está instalado no novo endereço, mas não estamos atendendo o público. A previsão é que novo espaço seja inaugurado até fevereiro de 2022”, informou a secretaria ao Jornal Midiamax.
Assim, após 13 anos, o acervo deixou o prédio da Rua Pedro Celestino e ganhou um novo lar, localizado na Rua Brasil, nº 464, no bairro Monte Castelo. A mudança de endereço se deu após a constatação de que o prédio antigo era inadequado para abrigar os documentos históricos. O tema é pauta no Jornal Midiamax desde 2018, quando a situação precária da sede mostrava a fragilidade do sistema elétrico, da estrutura e o abandono do próprio arquivo.
Risco para a história de Campo Grande
Entre 2018 e 2019, reportagens do Jornal Midiamax mostraram a falta de cuidado que o Arca estava sofrendo, uma vez que se encontrava em um prédio alugado no centro da cidade que oferecia riscos iminentes ao acervo, dentre eles, de incêndio.
O espaço da Rua Pedro Celestino, então, sofria com falta de manutenção, sobretudo na parte elétrica, e tinha risco de incêndio que podia acabar com o acervo histórico da Capital, como livros, imagens raras, cartas cartográficas e outros documentos históricos relevantes.
Na época, a própria gerente de Patrimônio da Sectur, Lenilde Ramos, admitiu a necessidade de mudar o acervo de lugar. Segundo ela, a parte elétrica seria apenas um dos fatores de inadequação, já que o prédio atual também impediria, por exemplo, a expansão do acervo.
“A parte elétrica é apenas um dos detalhes. A própria estrutura do prédio atual é inadequada para guardar esse acervo, o que impede, por exemplo, a expansão dele. Quando assumimos [a Sectur], encontramos o Arca num estado de abandono total. Estamos cientes dos riscos e já obtivemos aval para alugar um prédio que pudesse comportar esses materiais temporariamente”, explicou Lenilde na época da reportagem.
Depois de três anos, as equipes da prefeitura responsáveis pelo Arca começaram o processo de mudança do acervo em setembro de 2021. Por causa da quantidade de documentos, o processo foi feito em partes.
“Devido ao volume de documentos, tipologia, condições físicas, entre outros, realizaremos essa mudança de sede aos poucos”, afirmou o secretário municipal de Cultura e Turismo, Max Freitas.
Upgrade e arquivo histórico
Em nova sede, agora o plano é que o Arca abra novamente o espaço para a população pesquisar a história da cidade e conhecer exposições artísticas, sendo elas temporárias e permanentes. Ainda há projeto em andamento para digitalização do acervo, outra forma de acesso ao conteúdo que será disponibilizada em breve. Assim, a previsão é que pelo menos 50% do acervo esteja disponível de forma online na primeira fase.
Além de melhorias na disponibilização do material, a nova sede proporciona maior acessibilidade.
O Arquivo Histórico de Campo Grande é um importante espaço de pesquisa e preservação histórica. Ele foi criado no dia 19 de agosto de 1991 a partir do Decreto Municipal nº 6350, mas conta com atividades desde 1986. Ao todo, 11 servidores da Prefeitura de Campo Grande atuam lá, com trabalhos divididos em áreas de interesse e conhecimento.
Segundo a historiadora do Arca, Rita de Cássia Galicia, o arquivo conta com mais de 2 mil documentos catalogados, como livros, revistas, coleções e jornais (de 1944 a 2006), sendo eles:
- Coleções de jornais antigos do Correio do Estado, O Satélite, O Democrata, Diário da Serra, Jornal do Comércio e A Primeira Hora, que encerrou suas atividades em 2006.
- Documentos do arquiteto Angelo Arruda e do ex-prefeito da capital Mendes Canale.
“Todo o acervo que temos, está vinculado a essa trajetória da cidade, como exemplos, processos de habite-se, construção, alvará e desmembramento documental de 1905 a 1970, livros com marcas de gado, manuscritos, entre outros”, comenta.
Há, também, uma coleção completa de discografia com mais de mil discos Long Play/LP, livros, mapas, reserva técnica e processos documentais, que são divididos em salas, como a hemeroteca, acervo documental, mapoteca e acervo fotográfico. Em média, 5 mil fotos e mais 800 processos documentais estão catalogados no Arquivo.
Todo o material foi adquirido através de doações. Instalado em novo prédio, o Arca pretende oferecer ainda mais recursos para que estudantes, pesquisadores e visitantes consigam aproveitar as raridades guardadas no acervo.
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