No Dia Mundial do Gato, campo-grandenses falam sobre paixão pelos felinos
Bichos de estimação conquistam pela fofura e pelo companheirismo
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Bichos de estimação conquistam pela fofura e pelo companheirismo
As orelhinhas são macias, o bigode é lustroso e o ronronar às vezes vira um som que chega aos nossos ouvidos. Os gatos conquistaram uma parcela considerável de fãs e só em Campo Grande são mais de 30 mil, segundo dados do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), um gato para cada 23 habitantes. Hoje, no Dia Mundial do Gato, fãs campo-grandenses dos felinos falam sobre como a companhia dos bichanos traz alegria ao cotidiano.
A jornalista Elci Holsback já teve vários gatinhos ao longo da vida. “Cresci em uma casa com animais, então os gatos e cães sempre estiveram presentes na minha vida”, relembra. Há quem jure que os gatos são animais completamente alheios à vontade humana. Mas quem é fã dos felinos sabe que isso não é bem verdade. “Creio que quem convive com gato sabe o quanto é um animal afetuoso e inteligente, porém, muito independente e de personalidade forte”, analisa.
Superação
Para algumas pessoas, a paixão é tanta que supera até alergias. A gateira Paula Garde relembra que, por ser alérgica, só tinha convivido com cachorros. “Aí fui conhecendo, vendo como são fofos e bacanas. Um belo dia ao voltar para casa, Anita estava na porta, magrinha e indefesa. Coloquei ela para dentro e depois desse dia o amor só aumenta”, enaltece Paula. Anita ganhou outros dois irmãos, os gatinhos Ringo e Miguel.
O abandono é comum no universo felino. Hoje, a castração é um dos pilares indispensáveis para quem quer que seu gatinho viva mais. Em média um gato não-castrado com acesso à rua vive no máximo 8 anos, podendo ser atropelado, judiado, espancado ou sofrer por doenças e acidentes, além de brigar com os demais animais da rua. Um gato criado “indoor”, ou seja, sem acesso à rua, pode viver entre 18 e 25 anos.
Este ano, o caso da gatinha Vivi mobilizou a Capital. Ela estava deitada em uma calçada quando um estudante de medicina atirou na felina. Vivi foi resgatada mas não sobreviveu, e o crime gerou comoção. Vivi era uma gatinha de rua, mas que, se tivesse tido um lar, poderia ter vivido muito mais. “Existem dois tipos de dono de gato, o que é realmente apaixonado que leva o negócio de ter um bicho a sério, e existe aquele outro tipo de dono que acha que o gato sempre volta e que ele se vira muito bem”, afirma Paula. Para ela, quem larga seu gato solto é irresponsável e deveria manter o animal seguro. As chances do animal jamais voltar para casa são muito altas.
Serviços especializados
Uma reclamação frequente dos donos de gatos era a falta de veterinários e produtos especializados. Assim, há cinco anos surgiu o Mania de Gato em Campo Grande. O consultório também realiza serviços de vacinas, hotel e atendimento. O local é o único exclusivo no atendimento de gatos em Mato Grosso do Sul. “Ás vezes os clientes até vêm comprar alguma coisa mas acabam ficando aqui trocando informações sobre os gatinhos”, explica a veterinária Beatriz Candolo Marques, que atende os felinos. Ela afirma ainda que a maioria dos atendimentos ainda são para os SRD (Sem Raça Definida), mas que os gatos de raça estão se popularizando.
Um outro serviço que surgiu há pouco na Capital foi o chamado “cat sitter”, ou babá de gatos, um trabalho com foco no bem-estar dos bichanos de quem viaja e se ausenta. A babá vai até a casa dos pets e durante uma hora alimenta, cuida, brinca e dá todo o cuidado possível aos felinos até o retorno dos donos.
Quem deseja registrar seus gatinhos pode optar pelo serviço “Seu Pet Star”. Criado pelos empresários Felipe Pellegrini e Célia Nazarko, o serviço cria um “book” do seu pet. “Nós vamos até a casa onde o pet vive e fazemos as fotos lá, pois é o local onde ele está mais a vontade e assim conseguimos tirar o melhor dele e registrar para a posteridade, pois eles infelizmente não vivem tanto quanto gostaríamos”, explica Felipe. Ele afirma que o jeito independente dos gatinhos não atrapalha em nada a criação das fotos. “Para conseguir fazer as fotos, até dos mais rebeldes, é só dar um ‘quitutinho’, ou seja, algum snack próprio para o pet, que logo ele fica amigo!”, brinca o empresário.
Políticas públicas
Os donos de pets e protetores reclamam das políticas públicas para atender aos animais. “Não há campanhas de conscientização sobre doenças que dizem que eles transmitem e nem sobre castração. A população acha que o CCZ é o depósito de animais que eles não querem. Mas a culpa é dos donos que acham que os pets não dão despesa”, critica Felipe. Elci concorda. “De modo geral os animais ainda são pouco assistidos e dependem de ONGs e protetores, pessoas que se dedicam aos animais por amor”, enfatiza.
Hoje, o CCZ só realiza a castração gratuita de gatos com distribuição de senhas. Essas senhas limitam o número de esterilizações mensais, e prejudicam a população mais pobre, que não tem condições de castrar seu gato caso não consiga uma senha. Assim, a proliferação indiscriminada de gatos de rua é inevitável. Em um consultório veterinário particular, a cirurgia custa de R$ 250 a R$ 400. “Deveriam fazer campanhas de castração que muito dos problemas de animais de rua de resolveriam e isso vale também para os cachorros”, opina Paula.
Fotos:
Felipe Pellegrini/Seu Pet Star/Divulgação
Paula Garde/Acervo pessoal/Divulgação
Elci Holsback/Acervo pessoal/Divulgação
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