Chico Buarque defende ‘legítimo direito’ de não permitir uso de músicas

Músico diz que desautorizar uso de canções não é censura

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Músico diz que desautorizar uso de canções não é censura

Chico Buarque divulgou nessa quinta-feira (24) uma nota sobre ter tirado a autorização do produtor e ator Claudio Botelho de usar suas músicas. Em uma mensagem no Facebook, Chico disse que não exerce censura, mas seu “legítimo direito”. Leia abaixo a mensagem de Chico Buarque:

“Esta mensagem é para aqueles que tentam classificar de censura o legítimo direito, amparado por lei, de um artista autorizar ou desautorizar o uso de sua obra segundo os seus próprios critérios.
Qualquer pessoa tem o direito de defender opiniões políticas antagônicas às de Chico Buarque, assim como ele tem o direito de impedir que estas ideias sejam associadas às suas canções.
Foi seguindo este princípio que, durante o governo Médici, o artista protestou contra a utilização de “A Banda” como fundo musical de uma propaganda do Exército.”
Ator pediu desculpas
O ator, diretor e produtor teatral Claudio Botelho, que protagonizou uma polêmica no sábado (19) durante apresentação da peça “Todos os musicais de Chico Buarque em 90 minutos” no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, usou as redes sociais na terça-feira (22) para pedir desculpas ao compositor.
“Peço desculpas a Chico Buarque. Nada do que vier de mim, nenhuma palavra, gesto ou pensamento, poderá jamais servir para desagradá-lo. Ele é o autor, o compositor, e estou trabalhando com sua obra”.
“Chico recebeu e aceitou o pedido público de desculpas feito por Botelho. Se houver pedidos futuros, a retratação feita pelo ator certamente será levada em consideração”, informou ao G1 a assessoria de imprensa de Chico Buarque.
A confusão do último sábado começou quando, em um momento de improviso, Botelho se referiu à prisão de “um ex-presidente ladrão” e citou “uma presidente ladra”. Parte da plateia reagiu. Um vídeo na internet mostra o momento em que parte da plateia se manifesta contra as declarações do artista e começa a gritar: “Não vai ter golpe!”, “Não vai ter golpe!”. Havia 982 pessoas na plateia, de acordo com a assessoria de imprensa do Sesc Palladium.
De acordo com o relato do ator no Facebook, ele disse que o acontecimento tem lhe causado “enorme desgosto”. Botelho citou ainda que tem recebido ameaças.
“Errei. Erro muito. Sou humano, mas isso não me desculpa. Aos 51 anos, sendo também autor e sendo um homem de história longa no teatro, eu tinha por obrigação preservar o autor e sua obra, não permitir que nada partindo de mim resvalasse nele [Chico Buarque], seja da forma que fosse”.
Por causa da polêmica em Belo Horizonte, Chico Buarque disse que não vai mais autorizar o uso de suas músicas em novos espetáculos do ator e diretor Claudio Botelho.
Nesta segunda-feira (21), por meio de sua assessoria de imprensa, o cantor e compositor disse que “especialmente em consideração a Renato Aragão” vai manter a autorização do uso de suas músicas no espetáculo “Os Saltimbancos Trapalhões – O musical” e no filme “Os Saltimbancos Trapalhões – Rumo a Hollywood”.

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