Coletivo promove vaquinha on-line em apoio ao povo guarani-kaiowá

O dinheiro arrecadado destina-se à aquisição de alimentos, roupas, lonas e cobertores

Semião Vilhalva, 24 anos, foi morto a tiros no último dia 29 de agosto. Segundo relatos de ‘parentes’, ele procurava o filho quando foi alvejado com um tiro no rosto nas margens do córrego estrelinha, no município de Antônio João, a 431 quilômetros de Campo Grande. A terra em que morreu e foi enterrado é chamada pelos seus de ‘Ñanderú Marangatúna’ e é alvo de disputa sangrenta e desproporcional com fazendeiros há anos. Semião morreu. O assunto sumiu da maioria dos jornais e revistas. Mas por lá, as mães, pais e crianças indígenas ainda sofrem. 

Durante a manhã do dia 4 de setembro fazendeiros apertaram o cerco contra as 20 famílias indígenas que ocupam dois hectares no Distrito de Bacajá, cidade de Douradina, a quilômetros de Dourados. Os exemplos são muitos e indígenas dos tekohas Ypo’i, Apyka’i, Teyi Jusu, Pindo Roky, Itagua, Guaiviry, Kurusu Amba e tantos outros, sofrem diariamente com o genocídio cometido contra eles.

Na maioria das vezes, sem comida, roupa e segurança, eles se espremem em pequenas faixas de terra sob vigia constante de fazendeiros e funcionários. Pensando em colaborar com a luta do povo guarani-kaiowá, o Coletivo Terra Vermelha lançou uma vaquinha on-line para angariar fundos para a compra de mantimentos, lonas e roupas para os indígenas.

O coletivo – organização da sociedade civil sem fins lucrativos – se responsabiliza pela entrega da arrecadação aos indígenas e assume o compromisso de prestar contas à comunidade geral através do site coletivoterravermelhams.wordpress.com.

O objetivo é arrecadar R$ 5 mil. Até o momento, apenas R$ 60 foram confirmados. Quem quiser colaborar é só acessar o link da vaquinha.