Após anos vivendo em casa feita de papelão, mulher comemora conquista do lar de alvenaria
Primeira casa de alvenaria de dona Maria foi fruto de doação
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Primeira casa de alvenaria de dona Maria foi fruto de doação
”Esse vai ser o melhor Natal da minha vida meu filho, sei que agora tenho onde me esconder do sol e da chuva. Tenho uma casa”.
Ouvir uma frase assim logo no início de uma entrevista fez compreender uma realidade ainda muito presente em nosso País: a desolação social a que milhares de brasileiros são submetidos por não terem o acalento de uma casa. Realidade sentida na pele durante anos pela dona Maria Sebastiana Ramires – a dona Mariazinha.
Sentada em um sofá colocado na varanda de sua nova casa, ela vai lembrando aos poucos dos fatos e segue contando-nos experiências vividas em uma época que as coisas eram bem difíceis. Não que hoje tudo sejam flores, mas antes, segundo ela, “era só pela graça de Deus”.
Nascida em Campo Grande, Mariazinha foi levada pelos pais ainda criança para uma área rural do município de Miranda. Depois que os pais faleceram, voltou à Capital e foi logo tratar de se ajeitar na vida. O local de pouso encontrado por ela foi um terreno localizado no Bairro Parque Anhambi, próximo a Lagoa Itatiaia. “Quando eu cheguei isso aqui era um mato só. Carpi, limpei e aqui ergui meu lugar”, conta.
Embora acomodasse dona Maria e seus 6 filhos, a morada estava longe de ser o lugar que ela sempre sonhou chamar de casa. Algumas vigas de madeira sustentavam um amontoado de latas, lonas e, principalmente, papelão. A edificação não passavam de 1,9m de altura. “Meu maior desespero era quando chovia. Eu sempre tinha medo do vento e da água levarem tudo embora”, relata.
Na lida diária da vida, Mariazinha sempre ralou muito. Foi empregada doméstica, cozinheira, cuidadora. Trabalho pesado que lhe rendeu algumas dores e marcas no corpo, que ela faz questão de mostrar.
Novos ventos
A primeira boa surpresa para ela veio há 4 anos. Para dividir o fardo de uma vida difícil, Sílvio Ferreira também se tornou protagonista dessa história. O companheiro, esposo e braço direito entrou na vida de Mariazinha para compartilhar as tristezas, alegrias, dores, realizações, dificuldades e vitórias. Tudo fruto da concretização de um bem articulado plano divino, de acordo com ela.
Sabe o trecho daquela música que fala sobre os dias de luta e dias de glória? Pois é, assim foi seguindo a história de Maria e Sílvio, até o dia em que o esposo, que estava trabalhando em uma empresa de construção civil, foi até o sindicato da categoria para se filiar. Lá, ficaram sabendo um pouco da dificuldade enfrentada pelo casal. Era o início de uma nova história.
Cientes da situação, o setor de assistência social do sindicato foi fazer uma visita a Mariazinha e Sílvio. Depois conhecerem o local onde viviam, a decisão veio sem hesitar: o casal ganharia uma casa nova. Dona Mariazinha teria pela primeira vez na vida, depois de mais de 50 anos, uma casa de alvenaria.
Feito o anúncio que trouxe alegria e esperança para a família, três dias depois as obras tiveram início. Ao todo, 37 dias de trabalho fizeram aparecer no terreno, que outrora abrigava uma humilde peça à base de papelão e lona, uma casa construída com tijolos, com direito a pia, piso branquinho, reboco, pintura na parte interna e até azulejos nas paredes do banheiro.
Aliás, o banheiro foi uma das partes que mais impressionaram Mariazinha. O chuveiro elétrico revelou uma realidade que a vida na área rural nunca a permitiu conhecer. Água quente? Como isso era possível? “As vezes eu ficava parada na porta do banheiro, olhando e me perguntando como é que poderia sair água quente dali de dentro”, diz em meio a risos tímidos.
Presente de Deus’
Para muitos o novo lar ainda pode parecer simples, mas para Maria Sebastiana, o motivo de uma euforia quase que incontrolável. Quando fala da casa, a alegria da mulher salta das palavras, passa pelas expressões do corpo e atingem os olhos em forma de lagrimas de felicidade. “ Esse foi o meu presente de Deus. Todas as manhãs levando bem cedo, sento no sofá e agradeço muito porque vou ter meu melhor Natal”, afirma.
A nova casa de de Mariazinha e Sílvio foi entregue há um mês. A maior felicidade do ano não inibe o efeito dos problemas do dia a dia, mas realça a esperança de dias melhores que diariamente brota no coração do guerreiro casal. Atualmente, ambos estão desempregados e fazem o que podem para se manterem. Mas, a fé e garra, naturais nos brasileiros, sempre permanecem. “A gente ainda passa por muito aperto, mas nem por isso eu fico triste. Agradeço sempre por este ano Deus ter me dado minha casinha nova e sei que o resto ele vai completar”, finaliza Mariazinha.
(Com supervisão de Guilherme Cavalcante)
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