Servidor denuncia falta de estrutura e material em posto de saúde da Capital

Servidor afirm que tem que comprar termômetro digital para trabalhar em CRS

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Servidor afirm que tem que comprar termômetro digital para trabalhar em CRS

Um servidor público municipal, que trabalha na área de enfermagem e preferiu não se identificar, denuncia falta de condições e materiais de trabalho no CRS (Centro Regional de Saúde) Tiradentes, região leste de Campo Grande. Conforme o relato, no local não há ar-condicionado e faltam aparelhos como termômetro digital e oxímetro.

Segundo o servidor, os aparelhos de ar-condicionado da unidade não funcionam. “Está assim há mais de um mês. O ar-condicionado não funciona nas salas classificação adulto, infantil, de repouso, na sala do enfermeiro e do administrativo e fica muito quente nesses locais. Muitas vezes temos que levar ventilador”, afirmou.

Outro problema relatado é a falta de oxímetro de pulso portátil, utilizado para verificação contínua da saturação periférica de oxigênio no sangue e frequência de pulso em pacientes hospitalizados ou em nível ambulatorial. “É um aparelho importante e sem ele temos de fazer apenas a avaliação clínica, observando se o paciente tem esforço respiratório. Está em falta há dois anos”, ressaltou.

O servidor destacou a necessidade de termômetros digitais, utilizados para avaliar a temperatura corporal em menos tempo. Ainda conforme as informações, a OMS (Organização Mundial da Saúde) chegou a solicitar a eliminação, até 2020, dos termômetros que contenham mercúrio devido aos efeitos do componente químico na saúde, no entanto, no local há apenas um termômetro digital para três salas.

“Estamos comprando e levando para trabalhar. Além do termômetro de mercúrio não ser recomendado pela Organização Mundial de Saúde, ele é mais demorado. Enquanto com o termômetro digital conseguimos verificar a temperatura do paciente na mesma hora, com o outros que temos que esperar até cinco minutos”, explicou o servidor.

A reportagem do Jornal Midiamax entrou em contato com o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para obter informações a respeito das situações reladas pelo servidor. Quanto ao ar-condicionado, o chefe da Sesau garantiu que foi feita licitação e que em breve a questão será solucionada.

“A licitação foi feita há mais de seis meses. O processo é lento. No órgão público são vários processos para conseguir. São 5 mil que vão chegar em várias etapas, justamente, para reformular todas as unidades de saúde”, justificou.

Sobre a falta de oxímetros, o secretário garantiu que foram adquiridos mais de 50 aparelhos em uma parceria há cerca de um mês. “Não está faltando oxímetro porque tivemos uma contrapartida da Uniderp em que eles entregaram mais de 50. Se estiver faltando na unidade é porque o gerente não requereu para o almoxarifado” , assegurou.

Questionado a repeito da reclamação sobre a falta de termômetro digital, o secretário de saúde disse desconhecer a função do aparelho. “Termômetro digital e termômetro normal são a mesa coisa. Estamos vivendo no Brasil, não estamos no primeiro mundo. Nunca tivemos esse aparelho nas unidades de saúde. Sempre foi o termômetro normal. Até no meu consultório uso o normal. Espera dois, três minutos e mede a temperatura. O termômetro digital deve custar mais de R$ 1 mil e o outro R$ 5 ou R$ 6 e faz oi mesmo efeito”, afirmou.

Em uma pesquisa a reportagem do Jornal Midiamax constatou que o termômetro digital, que o secretário disse custar mais de R$ 1 mil, na internet, pode ser encontrado por R$ 10,70.

WhatsApp: fale com os jornalistas do Jornal Midiamax

O leitor enviou as informações ao WhatsApp da redação, no número (67) 9207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem diretamente com os jornalistas do Jornal Midiamax. Flagrantes inusitados, denúncias, reclamações e sugestões podem ser enviados com total anonimato garantido pela lei.

Conteúdos relacionados