Protesto de acadêmicos trava Avenida Ceará por mais de uma hora
Estudantes reclamam dos cursos, reajustes da faculdade e também da perda de cobertura total do Fies
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Estudantes reclamam dos cursos, reajustes da faculdade e também da perda de cobertura total do Fies
Entre as 19h00 e as 20h00 o trânsito ficou caótico na Avenida Ceará, em frente de uma importante Instituição de Ensino Superior. O lado da via prejudicado era para o sentido Avenida Eduardo Elias Zahran, que deixou pelo menos cinquenta carros, e um ônibus da Linha 070, parados. O protesto de acadêmicos que gerou o transtorno teve como bandeira questionamentos quanto à qualidade do ensino na faculdade, aumento das mensalidades e o pagamento do acréscimo além do permitido pelo Fies (Programa de Financiamento Estudantil).
“A Dilma fala que não aceita no Fies aumento maior que a inflação, que é de 6,5%, mas o Governo Federal pode subir todas as outras coisas em um patamar bem maior que isso, e quem paga essa conta? O cidadã, e é por isso que vai travar o sistema daqui a pouco o que me preocupa para terminar a faculdade”, diz a acadêmica, Lucimar dos Santos, de 40 anos, que cursa Serviço Social na Instituição de Ensino Superior, onde o protesto aconteceu na frente.
Lucimar tem 75% do valor de cada mensalidade financiado pelo Governo Federal. Igual a ela outras três acadêmicas de Engenharia Civil participavam da manifestação, inconformadas com o efeito do aumento promovido pela Universidade, que chegou em 2015 a 12,5%. Como o Fies só aceita reajustes no percentual da Inflação do ano anterior, elas agora estão recebendo boletos de mensalidade, com a cobrança dos 6,0% a mais que a linha de crédito do Ministério da Educação não cobre.
“Não tem professor, o Ensino só cai a qualidade e eles afirmam que precisa passar ao acadêmico o custo de melhoria da Infraestrutura que foi melhorada. O problema é que não se vê essa melhoria. Está acontecendo coisas que nunca aconteceu e preocupa todo mundo, por isso esse protesto. Um amigo meu perdeu o Fies, e agora além de ficar sem o recurso para custear a faculdade dele terá que correr para cobrir a dívida dele com o Governo Federal”, diz Stefani Assis, acompanhada de Ariane Prudêncio e Jéssica Santana, que terão com a mudança de regulamento apenas 18 meses para iniciar a devolução do investimento feito pelo Fies. Anteriormente essa carência já foi até de cinco anos.
Veja um dos vídeos gravados pelo Midiamax:
“Alô reitora eu não aguento o meu Fies é 100%¨
Com os gritos, fogos, e cerca de duzentos acadêmicos na pista, demorou-se pelo menos uma hora para que a Polícia, só depois de chamar reforço, desobstrui-se um dos lados da Avenida Ceará em frente a Instituição de Ensino Superior. Na enorme fila de veículos alguns motoristas entendiam a revolta dos estudantes, enquanto outros questionavam o modelo de manifestação.
“A gente agora é massacrado todos os dias, com aumento disso e daquilo, além agora de perder o direito de ir e vir. Estou desde as 08h00 na rua, sai para trabalhar, e quando penso em ir para a casa tenho que deparar com isso. Já fui acadêmica, entendo a indignação deles mas o cidadão comum não pode pagar o preço, senão tudo estoura na gente”, afirmou a cabeleireira, Karen Altafini, enquanto estava presa no engarrafamento.
Para o locutor Marcílio Souza, que estava dentro do ônibus da linha 070 os estudantes erraram na organização do protesto, falha que também foi da Polícia de Trânsito em controlar a situação. Segundo ele os estudantes deveriam alternar de 15 em 15 minutos com a liberação da pista e informar melhor a todos sobre o problema que passam.
“Faltou sensibilidade dos acadêmicos e da Polícia que não fez o papel dela em viabilizar o trânsito. E se tem gente precisando passar em emergência. Alternando entre bloqueio e liberação da pista conseguiriam dar o recado sem prejudicar a população que precisa voltar do trabalho”, afirmou.
Ingrid Marcolino, que estava com a filha no carro, e precisou esperar os oitenta minutos de paralisação já foi mais compassiva em relação ao movimento. Conforme ela é preciso existir protestos públicos para que as autoridades e políticos melhores a prestação dos serviços e ajustem a Economia que corre perigo.
“É um problema, um transtorno porém acredito que seja válido. Quem cala consente e eles precisam ir pra rua reclamar. Se informassem antes ajudaria a gente a desviar”, falou.
Confira o segundo vídeo do Midiamax sobre o Protesto:
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