Jovem ensina crianças a vencer obstáculos com o atletismo

Professora monta barreiras improvisadas, ensina atletismo e quer ajudar crianças a vencer obstáculos  

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Professora monta barreiras improvisadas, ensina atletismo e quer ajudar crianças a vencer obstáculos

 

Não existe impossibilidade para quem tem vontade de ajudar o próximo. Um exemplo é o projeto social desenvolvido pela jovem recém formada em educação física, Jakeline Lima, de 27 anos. 

Ela aproveitou um campo de futebol praticamente abandonado no Jardim Mato Grosso, em Campo Grande, e decidiu ensinar crianças da região, muitas em situação de vulnerabilidade, a praticar o atletismo.

Sem estrutura alguma, apenas com cones, pneus e canos PVC, tudo comprado com dinheiro próprio, Jakeline monta as barreiras e estimula os pequenos a passarem por cima obstáculos e qualquer outro empecilho que a vida tentar impor.

“Através do salto eles perdem o medo da altura, por exemplo. No atletismo também não há acepção, quando crianças mais gordinhas chegam até a mim para praticar o esporte elas se intimidam e acham que não vão conseguir saltar, mas ai mostro que no esporte elas também podem arremessar pesos ou lançar discos”, explica a professora.

Batizado com o nome Correndo com Cristo, Jakeline pratica com as crianças o salto coletivo, onde todas, de uma vez só, passam pelas barreiras de mãos de dadas. De acordo com a professora, o atletismo ajuda os pequenos atletas a ter mais coordenação, agilidade e desenvolvimento.

O projeto no Jardim Mato Grosso é recente, no entanto, crianças de outros bairros, como do Portal Caiobá, já conhecem a modalidade através do incentivo de Jakeline. O treino voluntário de mini-atletismo, concedido com esforço e responsabilidade, tem ganhado o apreço das mamães, por exemplo.

“Percebi que o Victor está mais responsável desde quando começou a treinar com a Jakeline”, afirma Marenil Sena, mãe do aluno Victor Hugo, 10.

Antes de entrar para o projeto, Victor praticava Karatê. Chegou à faixa preta e hoje sua mais nova paixão é o atletismo. “Me sinto realizado”, resume o pequeno.

Outra aprendiz, Amanda Tolentino, 9, comenta os treinos e as habilidades que ganhou. Ela também faz parte do grupo dos pequenos ensinados pela jovem voluntária.

“Quanto mais alto mais legal é. Também gosto das corridas de pneus que fazemos durante os treinos”, declara.

Aos fins de semana aproximadamente 13 crianças, entre meninos e meninas, se reúnem no campo para aprender e praticar mais o atletismo. A escolha pelo esporte, segundo a professora, é pelo fato de o mesmo estimular o convívio e a inclusão social, como grande parte dos esportes.

“É uma atividade livre, recreativa e com isto tento socializar as crianças e tirá-las da vulnerabilidade. Tudo é de graça, não tenho o intuito de cobrar”, finaliza Jakeline. 

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