Enquanto praças de áreas nobres seguem limpas, áreas da periferia ficam esquecidas

Praças estão abandonadas e sujas e mal são usadas por moradores

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Praças estão abandonadas e sujas e mal são usadas por moradores

Na teoria o tratamento deveria ser igual. Mas na prática está longe disso. O Jornal Midiamax passou por duas praças municipais em bairros periférios e por duas no centro da cidade e constatou abissal diferença na manutenção e limpeza delas. Confira abaixo o relato.

Praça?

As praças do Coophatrabalho e do Estrela do Sul nem são mais consideradas praças pelos moradores dos bairros. No Coophatrabalho, o presidente da Associação de Moradores do Bairro, William da Silva, conta que a Prefeitura não passa pelo local há mais de 10 anos. Para piorar, foi informado de que não há previsão de reforma no local.

“Não dá nem para chamar de praça isso aqui. Que família vai vir aqui ter seu momento de lazer? Com a praça nesta situação?”, indaga. Bancos quebrados, lixo por todos os lados, galhos grandes jogados pela praça mostram que a falta de manutenção é evidente.

“Não tem nem banheiro aqui. Os usuários de drogas e moradores de rua defecam aqui. Ninguém mais vem na praça, não tem condições”, lamenta William, que reitera que a praça foi esquecida pela administração municipal. “A Praça do Peixe, as praças de bairros ricos são bem cuidadas. E aqui? Fomos totalmente esquecidos e faz tempo”.

Grande e suja

Na praça do Estrela do Sul não é diferente. A ampla área do local é recheada de matagais, lixos, sujeiras, pedaços de árvores. “Ninguém mexe aqui, ninguém limpa. Difícil ver essa cena, viu?”, conta a aposentada Maria de Jesus, de 59 anos.

Maria cita a possível proliferação do mosquito da dengue na praça. “Do que adianta cuidar em casa se posso ser picada pelo mosquito aqui?”. A moradora ainda destaca que o mato está alto. “Está parecendo uma mata. Daqui a pouco os macacos vão tomar conta”, brinca.

O que não está sujo está quebrado. A academia ao ar-livre instalada na praça está com aparelhos danificados. Em outra região, gangorras de madeira estão completamente sem condições de uso. Espaço onde era quadra de vôlei de areia foi tomado pelo mato.

“Está feia a coisa. Abandonaram a praça do Estrela do Sul. Já faz uns três meses que não vem ninguém da prefeitura cortar este matagal. Eu vou ter que capinar esse mato”, reclama o segurança Daniel de Souza, conhecido como Casagrande no bairro.

Casagrande critica além da sujeira a falta de segurança. “De noite não tem luz. O mato já está alto, é perigoso. Ninguém atravessa por dentro a praça mais. Como vou trazer minha família e ficar sossegado aqui?”.

Enquanto isso…

Já nas Praças do Belmar Fidalgo e na Praça Pantaneira, no centro da cidade, a história é outra. Não há lixo jogado, tampouco sujeira. O mato está aparado e não há aparelhos ou qualquer outra coisa danificada. A iluminação também funciona sem problemas.

Outro lado

A administração municipal declarou que por estar em fim de expediente não poderia dar detalhes maiores sobre os critérios de limpeza e manutenção das praças, mas afirmou não haver preferência por áreas nobres.

A Prefeitura reiterou que no momento a prioridade é a limpeza de escolas e dos ceinfs por conta da volta às aulas.

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