Comerciante diz que chineses tem ‘bons olhos’ para investimento no espaço e Dívida Ativa poderia ajudar na reforma

O empreendimento faz parte de uma discreta, mas arrojada revolução que visa recuperar a referência do espaço da Antiga Rodoviária de Campo Grande. Marry Camargo, ex-enfermeira, tem uma confraria de doces, que leva o seu nome no local, onde iniciou de forma despretenciosa no final de 2013, ao ser convidado para um evento cultural. Desde então venceu preconceitos, ganhou  clientes de padarias famosas, e agora já sonha com capital estrangeiro na construção de um Shopping para a Área, além de uma solução do Poder Público para o Centro Comercial.

“Tinha o meu negócio em casa, e moro em apartamento, o que deixa a atividade complicada para receber clientes. Na Rodoviária vim para participar do ‘Luz na Rodo’e com a grande aceitação do público jovem pela minha mercadoria resolvi montar a confraria aqui, o que uniu minha clientela anterior a essa nova. É bem localizado minha sede, central, tem segurança e posso garantir que há interesse de investidores em melhorar o nosso Centro Comercial”, diz Marry, que integra a associação dos comerciantes com estabelecimento no condomínio empresarial.

Segundo a doceira, ela e outros comerciantes da Antiga Rodoviária já conversaram com empresários paulistas que contam com o aporte de capital chinês para transformar o local em um shopping. Uma questão porém emperra por enquanto a repaginada no espaço abandonado com maior ênfase desde 2010, quando a Capital ganhou o seu novo Terminal Rodoviário.

“Os comerciantes daqui vivem em um sanduíche. Parte da estrutura do prédio é de responsabilidade do Poder Público e ficamos no meio. A Prefeitura é responsável pelas quadras das ruas Joaquim Nabuco e da Vasconcelos Fernandes. Não adianta o recheio estar de acordo se o pão estragar. O novo governador nos prometeu ano passado conversar com a Prefeitura sobre melhorias para cá. Aguardamos”, afirma a síndica da Antiga Rodoviária, Rosane Mely, que hoje conta com o avanço na Segurança do local, eventos culturais e sucesso de alguns estabelecimentos como o da Confraria dos Doces para manter vivo o espaço.

De igual para igual

Conta Marry que no início perdeu muitos clientes em potencial quando informava que sua loja de doces ficava na Antiga Rodoviária. Boa divulgação em Redes Sociais e a qualidade de seu produto ajudaram a quebrar o preconceito, que de acordo com ela não a fez mudar a estratégia do negócio.

“O Marketing do meu negócio é voltado para a Qualidade da mercadoria e em cima disso busco a diferenciação. Não quis o diferencial pelo preço, e a minha variação para uma padaria chique é pequena, as vezes de 10% apenas. Já ganhei consumidores da Pão Bento e de outras panificadoras badaladas”, diz a doceira dividida entre o trabalho da loja física e o das encomendas.

O aposentado, Silvio de Oliveira, de 67 anos, que freqüenta a Antiga Rodoviária confirma a fama dos ‘doces’ e diz já ter provado a iguaria, não perde em nada para a de outro lugar da cidade. “A grande solicitação das encomendas explica o quanto é bom. Sorte da Rodoviária enquanto ela estiver aqui”, elogia.