O folião sul-mato-grossense é apaixonado por samba, carnaval e pela escola verde e rosa

A paixão pelo samba e pelo carnaval não se restringe, apenas, aos cariocas e aos paulistas, cujos ícones são Cartola e Adoniram Barbosa, respectivamente. Desta forma, o campo-grandense Renny Delmondes comemora treze anos de participações na Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Nessa trajetória, o folião desfilou por onze anos como composição de alegoria; um ano como destaque de uma ala exclusiva e, pela primeira vez, ganha notoriedade no quarto carro alegórico da Estação Primeira de .

Renny conta que sua paixão pelo samba emergiu quando ele tinha, somente, oito anos de idade. “Em 1992 eu assisti, pela televisão, a Estácio de Sá desfilando com o enredo ‘Paulicéia Desvairada'. Foi aí que começou minha paixão, fiquei encantado”, conta.

Todavia, de acordo com Renny, as primeiras participações não foram em escolas integrantes do grupo especial. Segundo ele, os desfiles começaram em 2004 pela Paraíso do Tuiutí e, logo depois, pela União de Jacarepaguá, ambas integrantes do grupo de acesso das escolas cariocas.

Somente em 2007, o campo-grandense iniciou sua trajetória em sua escola de coração, a tradicional Estação Primeira de Mangueira, ainda como composição de alegoria.

Contudo, a participação pela escola amada teve que ser interrompida em 2012 e 2013. Nesses anos, em virtude da troca da diretoria da Mangueira, o folião não conseguiu vaga na verde e rosa e saiu pela Mocidade Independente de Padre Miguel, que também faz parte do grupo de elite.

Seu retorno para a tradicional escola se deu em grande estilo. Em 2014 ele conseguiu um lugar de destaque na Mangueira. “Tive a honra de sair como destaque da ala ‘Festa do Divino', com a fantasia denominada Imperador do Divino'.

Muita dedicação

Para tudo isso, o folião conta que é preciso muita dedicação. Durante todo o ano, Renny afirma que vai ao Rio de Janeiro a cada dois meses, a fim de participar de ensaios e feijoadas. Porém, quando o Carnaval se aproxima, é preciso viajar a cada duas semanas rumo à ‘Cidade Maravilhosa'.

Samba no pé em MS

Em alusão à Mangueira, sua torcida entre as escolas regionais é da Vila Carvalho, que também adotou, como oficiais, as cores verde e rosa. Segundo ele, a Vila é frequentada por ele há mais de dez anos.

Desta forma, o presidente do Grêmio Recreativo Escola de Samba Vila Carvalho, Wlauer Castro Carvalho, afirma que é gratificante ter uma pessoa da cidade desfilando na Mangueira, que é mundialmente conhecida. “A Mangueira é madrinha da nossa Vila e ter o Reny lá é ótimo. Nunca vou me esquecer da dona Zica, viúva do Cartola, batizando a Vila Carvalho. Eu era criança nesta época”, lembra.

O carnavalesco sul-mato-grossense Valdir Gomes, acentua que ser destaque em uma escola do grupo especial carioca é quase uma façanha. “É muito difícil ser destaque, pois há a comunidade local de olho na vaga. Alguém de fora não é fácil. Se ele conseguiu só podemos desejar boa sorte, porque é uma honra para nós termos um campo-grandense como destaque de uma escola tão tradicional como é a mangueira”, acentua.

O presidente da LIENCA (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande), Eduardo de Souza Neto, enalteceu o fato de Reny ter se tornado destaque da Mangueira. “É um orgulho para nós. Isso prova que, assim como no futebol, quando uma pessoa tem talento ela se destaca fora do Estado”, conclui.

Confira na TV

Neste ano, a Mangueira será a segunda escola de samba a desfilar no domingo, dia 15 de fevereiro. Quem quiser conferir a apresentação com o campo-grandense basta ligar a TV a partir das 21h35.