VÍDEO mostra truculência na ocupação da prefeitura e até ‘pedido para arrombamento’

Ex-prefeito cassado ocupou prédio da Prefeitura com grupo de pessoas que trocaram cadeados e são acusados por servidores de agressividade e até de furtos. Documentos sumiram, mesas foram reviradas e uma funcionária ficou ferida no braço.

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Ex-prefeito cassado ocupou prédio da Prefeitura com grupo de pessoas que trocaram cadeados e são acusados por servidores de agressividade e até de furtos. Documentos sumiram, mesas foram reviradas e uma funcionária ficou ferida no braço.

Gritos, ameaças e tensão marcaram a ocupação de prédios da Prefeitura de Campo Grande por Alcides Bernal e aliados na tarde desta quinta-feira (15). Ele havia conseguido uma liminar para voltar ao cargo, mas a decisão foi revogada horas depois. Bernal foi cassado em 12 de março após CPI na Câmara dos Vereadores.

Aliados do ex-prefeito reconhecem que os ânimos estavam “à flor da pele”, mas negam que a entrada tenha episódios de truculência e até agressões, como denunciam servidores. Não é o que diz a servidora Kele Regina de Souza Feijó, que foi submetida a perícia após sofrer torção no punho direito.

Ela diz que foi agredida pelo ex-servidor Gustavo Bonfim Alonso, durante a invasão. Além disso, Kele conta ter sido ofendida e disse temer “retaliações”.

Imagens gravadas pela reportagem do Midiamax mostram pessoas exigindo documentos e ameaçando mandar prender servidores. “Se sair pode prender, se sair pode prender”, diz um homem, ainda não identificado, aos gritos. Em seguida, ele chama os guardas municipais.

Em outro momento, um aliado de Bernal pede para arrombar a porta da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio). “A Sedesc é do povo. E o povo vai entrar junto comigo dentro da Sedesc”, diz uma mulher. “Secretária, a gente está pensando em arrombar a porta. Podemos arrombar a sua porta?”, pergunta um homem, em frente às câmeras.

Ex-secretária da pasta na gestão Bernal, Dharleng Campos admitiu, por meio do facebook, que as emoções estavam “à flor da pele”. Ela, no entanto, afirma que eles entraram na prefeitura pela porta da frente e nega agressões e violência.

Dharleng disse ainda que havia a preocupação de “assegurar que nenhum documento fosse retirado ilegalmente”.

Sumiço – O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio, Edil Albuquerque, encontrou o gabinete na Prefeitura de Campo Grande todo revirado.

Já na Cecom (Central de Compras), a coordenadora Veridiana Alves Dias denunciou o sumiço da CPU usada nos pregões, além de vários documentos importantes, como processos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que estavam em um armário. Documentos do processo da publicidade da prefeitura também sumiram, segundo ela.

Ainda conforme Veridiana, a Cecom foi invadida por Ricardo Ballock, ex-secretário de Administração. Ele mandou todas as servidoras saírem da sala.

O cenário encontrado na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não foi muito diferente. O secretário Jamal Salem afirmou ter encontrado tudo revirado e as portas das salas trancadas e sem as chaves. Segundo ele, aproximadamente 50 sindicâncias e documentos foram levados.

Segundo o delegado Fernando Nogueira, coordenador dos plantões, cinco boletins de ocorrência foram registrados desde a noite de ontem por conta de agressões e dano ao patrimônio e erário público.

Olarte – De Brasília, o prefeito Gilmar Olarte lamentou o as informações sobre suposto vandalismo e truculência por parte de partidários do ex-prefeito.

“Durante sessenta e três dias de minha gestão pratiquei o respeito pela ordem, por isso repudio e lamento os atos de vandalismo, truculência e violência, ocorridos na Prefeitura nesta tarde”, disse.

Segundo Olarte, servidores públicos relataram episódios de constrangimento e ofensas que teriam sofrido por parte dos aliados de Alcides Bernal. Aproximadamente 60 pessoas, entre ex-nomeados e correligionários, acompanharam o ex-prefeito na ‘ocupação’ do Paço Municipal.

O Midiamax telefonou várias vezes para Alcides Bernal, mas ele não atendeu as ligações.

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