Vice de Aécio, Aloysio Nunes é ex-guerrilheiro e simboliza tropa de choque do PSDB
Escolhido nesta segunda-feira (30) como vice de Aécio Neves na chapa do PSDB à Presidência da República, o senador Aloysio Nunes Ferreira é um dos nomes fortes e cultos do tucanato paulista e ajudou a erguer o PSDB. Ex-militante do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), Ferreira foi militante da esquerda armada e lutou contra a […]
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Escolhido nesta segunda-feira (30) como vice de Aécio Neves na chapa do PSDB à Presidência da República, o senador Aloysio Nunes Ferreira é um dos nomes fortes e cultos do tucanato paulista e ajudou a erguer o PSDB.
Ex-militante do antigo PCB (Partido Comunista Brasileiro), Ferreira foi militante da esquerda armada e lutou contra a Ditadura Militar, fazendo parte da ALN – Aliança Libertadora Nacional, maior organização guerrilheira do Brasil naquela época.
A ALN era liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira. Ambos assassinados pelos militares.
A vida política do hoje senador por São Paulo começou em 1963, quando ele assumiu a presidência do tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP.
Bacharel em Direito da turma de 1968, Aloysio Nunes caiu na clandestinidade atendendo pelo pseudônimo de ‘Mateus’. Ele era motorista das ações clandestinas de Marighella, participando, inclusive, do assalto ao trem pagador da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em agosto de 1968.
Alvo de processo penal naquela época por terrorismo, Aloysio Nunes Ferreira foi condenado à revelia com base na antiga Lei de Segurança Nacional, fugindo para a França com passaporte falso.
No exterior, coordenou as ligações da ALN com vários movimentos de esquerda do mundo, filiando-se, inclusive, ao Partido Comunista Francês em 1971.
O ex-guerrilheiro também negociou o treinamento militar de guerrilha de vários brasileiros na Argélia, tratando diretamente com o presidente argelino Houari Boumédiène, que governava o País na época com uma junta militar de esquerda.
Após a Lei da Anistia, Nunes Ferreira voltou ao Brasil e militou no PMDB, fazendo parte da turma de Orestes Quércia.
O senador também foi vice-governador de São Paulo de 1991 a 1994, eleito na chapa de Luiz Antônio Fleury Filho. Na época, acumulava a função de vice-governador com a de secretário estadual de Negócios Metropolitanos.
Saiu do PMDB para o PSDB em 1997, partido que milita até hoje. Na época do governo Fernando Henrique Cardoso, Nunes ocupou o Ministério da Justiça e também a secretaria-geral da Presidência da República.
Em entrevistas, o senador sempre disse que considera a entrada na luta armada um erro da juventude, apesar de nunca ter declarado – assim como Dilma Rousseff – que se arrepende dos atos daquela época.
Bombeiro tucano
No PSDB, sempre atuou como bombeiro das várias crises internas do partido e dos rachas entre serristas, alckmistas e aecistas.
Amigo pessoal de José Serra desde os tempos da ditadura, defendeu a candidatura do tucano em 2010 e a realização de prévias antes de Aécio Neves ser alçado candidato natural à Presidência.
Contrariando muitos tucanos, Aloysio Nunes Ferreira elogiou a presidente Dilma Rousseff quando a mesma resolveu criar a Comissão Nacional da Verdade (CNV) para investigar os crimes da época dos militares.
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