Usuários do transporte coletivo sofrem com as condições precárias dos pontos de ônibus
Pontos sem cobertura e cercados de mato são recorrentes na periferia; Agetran admite priorizar manutenção de pontos do centro.
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Pontos sem cobertura e cercados de mato são recorrentes na periferia; Agetran admite priorizar manutenção de pontos do centro.
Dentre os diversos problemas do transporte coletivo campo-grandense estão os pontos de ônibus. Antes de se indignar com os atrasos, o preço ou com a falta de conforto, o campo-grandense sofre com as condições precárias de diversos pontos de embarque, especialmente em bairros da periferia.
Pior que esperar é esperar em pé, debaixo de sol, rodeado de matagais ou sem ter onde sentar. Morador das Moreninhas, seu Leonardo Arachin tem 97 anos e pega ônibus em ponto sem cobertura e assento há anos. “A prefeitura pouco se interessa com a gente dos bairros mais afastados”, critica.
O ponto, que vem do centro para o bairro é sinalizado por um poste. Exatamente em frente dele há outro ponto, que vai sentido bairro/centro, com assento e cobertura. Acostumado com o descaso, seu Leonardo até brinca com a situação. “Tenho que vir de boné para não queimar a cabeça”.
Falta de manutenção
No bairro Los Angeles, em ponto onde há assento e cobertura, o problema é outro. Em meio a terreno abandonado, o ponto é cercado por mato alto e muita sujeira. “É sujo e perigoso, esses dias uma menina foi assaltada”, conta a dona de casa Maria Elza, de 40 anos.
No Dom Antônio Barbosa, beira o ridículo. A cobertura de ponto na Rua Evelina Selingardi caiu há dois dias. “Até achei que não tinha mais o ponto”, disse Daiana Aparecida Silva, de 24 anos, recreadora que esperava o ônibus.
Daiana teve de ficar do outro lado da rua. “Não dá para ficar lá. E não é só este não. Tem ponto ruim em tudo quanto é lugar. Ou falta cobertura, ou nem banco tem, é complicado”, analisa a recreadora.
O mineiro Giovani Barbosa Dourado, 26, veio a Campo Grande para treinamento do trabalho. O técnico de esquadrilha esperava ônibus na Rua Portuguesa, Vila Maciel, atrás de entrada para a Universidade Federal, perto do presídio feminino e do estádio Morenão.
De tanto mato em volta, quase não dava para ver a escada em que Giovani estava sentado. “Não pode ser assim”, frisou. Perguntado se era possível comparar o transporte coletivo de Belo Horizonte com o de Campo Grande, Giovani riu.
Mesmo há um dia na Capital, ele já ouviu reclamações do transporte coletivo. “O pessoal do trabalho reclamou muito, dizem que é bem ruim”, conta.
Responsabilidade é da Agetran
De acordo com a assessoria da prefeitura, a responsabilidade pela instalação, manutenção e transferência de pontos é da Agetran. Dos 3.490 pontos, 1.864 têm cobertura e 1.626 têm apenas o poste de identificação, segundo dados da Agetran.
Prioridade
O diretor de transportes da Agetran, Lúcio Maciel, declarou que há núcleo específico que cuida frequentemente da manutenção dos pontos. “A prioridade na substituição por pontos mais modernos são locais de grande aglomeração, como o centro”, explicou.
Lúcio prometeu que a cobertura caída no Dom Antônio será retirada até amanhã de manhã. “Os outros pontos que apresentam problemas, dependendo da situação não cabem à Agetran, no caso dos imóveis particulares que ficam em frente dos pontos, e sim à Seintrha, que notifica o proprietário para que faça a limpeza. Já a Agetran fica responsável pela área pública onde está instalada a parada”, informou.
“Números não batem”
Pesquisa feita no fim de 2012 pela G2i-Gestão Inteligente de Informação revela que a maioria dos pontos fora da região central de Campo Grande não tem abrigo. A pesquisa mapeou todos os pontos da cidade e constatou que no centro 60% dos locais têm cobertura. Na periferia, 80% não têm.
“Pesquisamos todas as linhas de ônibus e fomos de ponto em ponto para fazer o mapeamento desses lugares”, revela Rodrigo Silveira Dutra, proprietário da empresa responsável pela pesquisa.
Lúcio discordou dos números da pesquisa. “Os números desta pesquisa não batem com os nossos. O GPS deles pegava o mesmo ponto duas vezes, por isto deu este número alto”, disse o diretor da Agetran. (Matéria alterada às 16h20 para acréscimo de informações)
Notícias mais lidas agora
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio de Campo Grande
- Semadur admite que constatou irregularidades em bar que virou pesadelo para moradores no Jardim dos Estados
- Dono de espetinho preso por vender carne em meio a baratas e moscas é solto com fiança de R$ 1,4 mil
Últimas Notícias
Abraçada a pelúcia, filhote de macaco-prego recebe cuidados intensivos no CRAS após morte da mãe
Bebê chegou com ferimentos leves provocados por um choque e uma fratura exposta na mão direita
Censo Moradias revela disparidade social na fronteira e aldeias de Mato Grosso do Sul
Diferente do restante do Estado, indígenas tem menos acesso à internet e máquina de lavar roupa
IFMS divulga resultado do exame de seleção 2025 para 11 cursos técnicos integrados ao ensino médio
O período para matrícula online da 1ª chamada começa nesta sexta-feira (13)
Hospital Universitário da UFMS realiza mutirão de cirurgias neste sábado em Campo Grande
Objetivo é ampliar o atendimento e reduzir as listas de espera por exames e cirurgias no SUS
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.