Usuários com direito a lugar reservado sofrem com a falta de educação nos ônibus da Capital
Idosos, pessoas com deficiência, gestantes e mães com criança de colo têm assentos preferenciais reservados nos ônibus coletivos, mas sem a compreensão dos demais passageiros, muitos seguem em pé sem usufruir do direito. A costureira Maria Macedo de Souza, de 68 anos, sofreu um acidente há seis anos e depende da ajuda de muletas para […]
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Idosos, pessoas com deficiência, gestantes e mães com criança de colo têm assentos preferenciais reservados nos ônibus coletivos, mas sem a compreensão dos demais passageiros, muitos seguem em pé sem usufruir do direito.
A costureira Maria Macedo de Souza, de 68 anos, sofreu um acidente há seis anos e depende da ajuda de muletas para se locomover. Embora seja visível que ela precise do assento preferencial, a necessidade parece não ser percebida por algumas pessoas.
“É um desrespeito muito grande. Alguns passageiros percebem a minha situação e me ajudam, mas os mais jovens não se importam, não cedem o lugar. Minhas pernas doem e muitas vezes tenho que implorar para que possa me sentar”, relatou.
A situação não é diferente com a aposentada Diva Yule, de 87 anos. No entanto, ela não abre mão do assento preferencial e exige o direito. “Comigo não tem tempo ruim e se algém não cede o lugar eu já falo, não deixo passar”, contou.
O aposentado Cândido Pinto de Araújo, de 70 anos, disse que frequentemente se depara com jovens sentados enquanto pessoas com direito ao assento ficam de pé. “Ando muito de ônibus e esse comportamento é comum. Aumenta o número de pessoas e diminui a educação”, observou.
O motorista, de 52 anos, que trabalha há 12 na condução de transporte coletivo, avalia que o desrespeito entre os passageiros tem aumentado. “Os alunos são os piores. Os idosos chegam e eles fingem que estão dormindo para não ser incomodados. Não existe mais o respeito que havia antigamente. Eles vão para a escola, mas não aprendem a ter educação”, lamentou.
Com o desrespeito constante, o aposentado Eugênio Ferreira, de 70 anos, parece ter se “acostumado” com a situação. “É sempre assim, mas não me importo. Às vezes eles estão cansados e nem peço para se levantarem. Vou em pé mesmo, não me sinto desrespeitado”, garantiu.
A auxiliar de serviços gerais, Carmen da Silva Lima, de 37 anos, não tem direito aos assentos preferenciais, mas sabe da importância em ceder o lugar para quem necessita. “Posso estar cansada o que for, se tiver um idoso ou alguma outra pessoa que precise mais do que eu, me levanto e ofereço o lugar”, afirmou.
Questionado sobre a quantidade de assentos disponíveis, o diretor do Departamento Operacional da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Luiz Alencar, disse que os ônibus convencionais têm entre 23 e 28 cadeiras, no entanto, é possível levar de 60 e 90 passageiros em pé. Nos veículos articulados são entre 43 e 52 cadeiras e a capacidade de transporte varia entre 140 e 170 pessoas.
Alencar alegou que o número de assentos diminuiu para atender à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que exige que dois lugares sejam reservados para cadeirantes.
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