Um ano após tragédia na Boate Kiss, um terço das casas noturnas em MS estão irregulares

Completou um ano nesta segunda-feira (27) o trágico incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria-RS, que matou 242 pessoas e feriu 116. Causado pelo acendimento de sinalizador por integrante da banda que fazia show no dia da tragédia, o incêndio, além de chocar o mundo, serviu de alerta para a imprudência e más condições de […]

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Completou um ano nesta segunda-feira (27) o trágico incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria-RS, que matou 242 pessoas e feriu 116. Causado pelo acendimento de sinalizador por integrante da banda que fazia show no dia da tragédia, o incêndio, além de chocar o mundo, serviu de alerta para a imprudência e más condições de segurança do local e das boates em todo o Brasil.

A tragédia foi considerada a segunda maior no Brasil em número de vítimas em um incêndio, superada apenas pela tragédia ocorrida em 1961, em Niterói, que vitimou 503 pessoas. Foi eleita também como a quinta maior tragédia da história do país, a maior do Rio Grande do Sul, a de maior número de mortos nos últimos cinquenta anos no Brasil e o terceiro maior desastre em casas noturnas no mundo.

Situação das casas noturnas em MS

Após a tragédia nova legislação foi criada e as vistorias nas casas noturnas de todo o país aumentaram. O coronel De Paula, do Corpo de Bombeiros de Campo Grande, conta que houve evolução até na procura para denunciar locais sem vistoria. “A procura para denunciar aumentou 40% em Mato Grosso do Sul, por conta da nova legislação”, explica.

Porém, das 71 casas noturnas, 24 estão irregulares “por algum motivo”. O número atinge aproximadamente um terço das casas. De Paula não afirma que estão fechadas, mas, que, teoricamente, não podem estar em funcionamento. “Todos os estabelecimentos foram notificados”, diz.

Os bombeiros chegaram ao número depois de fazer vistoria especial nas casas noturnas desde o fim do ano passado, por conta da época festiva, férias e chegada do carnaval. “Contratamos até mais funcionários para ajudar”, conta De Paula.

A vistoria

A vistoria funciona da seguinte forma: há um projeto de prevenção contra incêndio e pânico que todo proprietário de casa noturna tem de fazer para abrir o estabelecimento. Este projeto é aprovado pelo Corpo de Bombeiros. “A vistoria é feita de acordo com o projeto”, explica De Paula.

Normalmente são checados o número de extintores, os extintores, a sinalização, a iluminação e as escadas e portas de emergência. A partir da data em que foram notificadas, as casas têm trinta dias para cumprir as exigências e se regularizar. Caso contrário, serão multadas e dependendo da situação até interditadas.

Consciência do usuário

De Paula ressaltou que é obrigatório em toda casa noturna que o certificado de vistoria esteja em local que o cliente possa ver. “Caso não tenha o certificado, ou esteja vencido, o cidadão tem que denunciar via 193. Precisamos dessa consciência do usuário”, pede.

De acordo com o bombeiro, desde o ano passado três casas noturnas de Campo Grande foram interditadas e, após cumprirem as exigências, foram reabertas. O Corpo de Bombeiros da Capital faz de dez a quinze vistorias em estabelecimentos em geral diariamente.

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