Sueca é primeira mulher do mundo a dar à luz após transplante de útero

Uma sueca tornou-se a primeira mulher do mundo a dar à luz depois de passar por um transplante de útero, abrindo a possibilidade para que milhares de mulheres inférteis possam ter filhos, disse neste sábado o médico responsável pelo projeto de pesquisa. A sueca não identificada tem cerca de 30 anos e deu à luz […]

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Uma sueca tornou-se a primeira mulher do mundo a dar à luz depois de passar por um transplante de útero, abrindo a possibilidade para que milhares de mulheres inférteis possam ter filhos, disse neste sábado o médico responsável pelo projeto de pesquisa.

A sueca não identificada tem cerca de 30 anos e deu à luz um menino saudável por cesariana no início de setembro, cerca de dois anos depois de receber um útero doado por uma mulher sem vínculos com ela, de 61 anos de idade.

Ela foi uma das sete mulheres que se submeteram com sucesso a um transplante de útero de um doador vivo — na maioria dos casos a mãe da destinatária — e, posteriormente, fez o tratamento de fertilização in vitro.

“Há mais algumas grávidas”, disse Mats Brännström, professor de obstetrícia e ginecologia na Universidade de Gotemburgo, à Reuters. “Elas estão com mais de 28 semanas de gravidez.”

Brännström disse que outros hospitais em toda a Europa, Estados Unidos, Austrália e China estão esperando pelos resultados da pesquisa sueca antes de iniciar seus próprios programas.

“Quando tivermos os resultados de outros estudos, saberemos o quão eficaz é o procedimento e quais são os riscos”, acrescentou.

Os avanços médicos para tratamento de infertilidade e a ajuda às mulheres para engravidar têm suscitado debate ético generalizado, com alguns críticos dizendo que os cientistas não deveriam “brincar de Deus”.

Outros questionam a moralidade de gastar enormes somas para permitir que as mulheres engravidem quando elas têm a opção de adotar.

Brännström disse que o tratamento, o primeiro disponível para as mulheres que nasceram sem útero viável ou que tiveram seu útero removido por causa de câncer, é “uma questão de justiça”.

“Se decidirmos enquanto sociedade que a infertilidade é um tipo de doença, devemos tentar tratá-la”, disse ele.

Cerca de 200 mil mulheres na Europa sofrem de infertilidade uterina. Brännström disse que o transplante era “a única solução para o problema”, embora fosse muito cedo para dizer se o procedimento, que custa cerca de 100 mil euros (125 mil dólares), se tornaria comum.

A Universidade de Gotemburgo tem permissão para fazer dez transplantes de útero com até duas gestações completas para cada mulher.

A universidade já tratou nove mulheres, duas das quais tiveram que ter seus úteros transplantados removidos. Todas as mulheres tratadas terão seus úteros removidos novamente após a gravidez.

“Este é o primeiro tipo de transplante que é temporário”, disse Brännström.

A primeira gravidez do programa foi confirmada na primavera do hemisfério norte e o bebê de 1,775 kg nasceu por cesariana depois que a mãe desenvolveu pré-eclâmpsia na 32ª semana de gravidez.

“O bebê chorou imediatamente e não exigiu qualquer outro cuidado além da observação clínica normal na unidade neonatal”, disse Brännström em um comunicado.

“A mãe e a criança estão muito bem e voltaram para casa. Os novos pais, naturalmente, estão muito felizes e agradecidos.”

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