Queda do voo malaio na Ucrânia pode indicar crime de guerra, segundo a ONU
O incidente envolvendo o voo MH17 da Malaysia Airlines pode ser considerado crime de guerra, informou nesta segunda-feira (28) alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Pillay, oficial de direitos humanos da ONU, pediu uma investigação completa sobre a violação do direito internacional, que ocorreu quando o avião foi abatido por um […]
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O incidente envolvendo o voo MH17 da Malaysia Airlines pode ser considerado crime de guerra, informou nesta segunda-feira (28) alto comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
Pillay, oficial de direitos humanos da ONU, pediu uma investigação completa sobre a violação do direito internacional, que ocorreu quando o avião foi abatido por um míssil terra-ar sobre uma parte do leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-russos em 17 de julho, matando todas as 298 pessoas a bordo.
Os comentários de Pillay coincidem com um novo relatório do escritório da ONU informando que 1.129 pessoas foram mortas entre meados de abril, quando a luta começou, e 26 de julho mortos, e 3.442 foram feridos durante os mais de quatro meses de combates. Além disso, mais de 100 mil fugiram da violência no local desde abril.
“Essa violação do direito internacional, dadas as atuais circunstâncias, pode equivaler a um crime de guerra”, disse Pillay sobre o jato abatido, que autoridades dos EUA e da Ucrânia dizem ter sido derrubado por míssil lançado a partir do território rebelde, provavelmente por engano.
“É fundamental que uma investigação imediata, completa, eficaz, independente e imparcial, seja conduzida por causa desse evento”, disse ela.
Nesta segunda, uma equipe internacional de polícia abandonou sua tentativa de chegar ao local do acidente do avião malaio pelo segundo dia consecutivo enquanto confrontos assolam cidade cuja estrada leva à área onde o voo foi abatido.
Com as tropas do governo intensificando seus esforços para restituir território ocupado por rebeldes separatistas pró-russos, o número de mortos aumenta de forma constante. De acordo com a ONU, mais de 1.100 foram mortos em mais de quatro meses de luta.
A delegação internacional, composta pela polícia australiana e holandesa, além de especialistas forenses, pararam nesta segunda em Shakhtarsk, uma cidade a cerca de 20 milhas (30 quilômetros) a partir dos campos onde o Boeing 777 foi derrubado.
O som dos bombardeios podiam ser ouvidos regularmente a partir de Shakhtarsk e moradores foram vistos fugindo da cidade em carros. Repórteres da AP viram um prédio em Shakhtarsk ser atingido por pelo menos duas rodadas de artilharia. O objetivo da equipe de polícia é proteger a área controlada por rebeldes atualmente para que as investigações ossam começar. A visita foi cancelada no domingo em meio a preocupações de segurança.
A Ucrânia acusou os rebeldes de adulteração de provas e de tentar encobrir seu suposto papel em abater o avião da Malaysia Airlines com míssil. Os separatistas têm negado firmemente sua responsabilidade pela derrubada do avião, que matou 298 pessoas.
Um porta-voz de segurança ucraniana disse nesta segunda que dados dos registradores de voo recuperados mostram que o avião malaio caiu devido a uma enorme e explosiva perda de pressão depois de ter sido perfurado várias vezes por estilhaços. Segundo Andrei Lysenko, a aeronave sofreu “enorme descompressão explosiva”, depois de ter sido atingido por fragmentos, segundo ele, vindos de um míssil. Os gravadores de dados foram enviados para especialistas na Grã-Bretanha para serem examinados.
Em sua campanha para retomar o controle sobre o território ocupado por forças separatistas, o exército de Ucrânia porta quantidade crescente de armamento pesado. Rebeldes também têm utilizado grande quantidade de armas poderosas, muitas delas fornecidas pela Rússia, segundo os Estados Unidos e a Ucrânia. Moscou rejeita essas acusações.
Vítimas
Enquanto a Rússia e a Ucrânia trocam acusações, o número de mortos tem aumentado rapidamente. O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos disse em um relatório divulgado nesta segunda que ao menos 1.129 foram mortos entre meados de abril, quando a luta começou, e 26 de julho. Segundo o relatório, pelo menos 3.442 pessoas ficaram feridas e mais de 100 mil haviam deixado suas casas.
Pelo menos oito civis foram mortos pelos combates e bombardeios em duas cidades ocupadas pelos militantes separatistas na noite domingo (27), disseram autoridades na região devastada pela violência. Rebeldes acusam as tropas do governo de implantar artilharia contra áreas residenciais. Autoridades negam, mas também se queixam de insurgentes usando prédios residenciais como posições de tiro.
Líderes ocidentais dizem ser praticamente certo que os separatistas abateram o avião por engano, usando mísseis terra-ar fornecido pelos russos. A Rússia acusa Kiev de responsabilidade pela derrubada.
O governo ucraniano afirmou nesta segunda que suas tropas recapturaram o controle de Savur Mogila, uma localidade estratégica a 30 quilômetros de onde o Boeing da Malaysia Airlines caiu em 17 de julho.
Os peritos vão tentar retomar seus esforços nesta segunda-feira para chegar ao local da queda, ainda em território sob controle rebelde. Bloqueios de estrada entre a cidade de Donetsk e o local são controlados ora pelo Exército ucraniano, ora pelas forças separatistas, que acusam uns aos outros de impedirem o acesso dos peritos à área.
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