Promotoria pede condenação de 15 PMs envolvidos em massacre do Carandiru

O Ministério Público pediu nesta quinta-feira a condenação de 15 policiais militares acusados na última fase do julgamento da morte de 111 detentos em 1992 no que ficou conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo. Segundo o promotor Eduardo Olavo Canto Neto, os ex-PMs, que faziam parte do Comando de Operações Especiais (COE), são […]

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O Ministério Público pediu nesta quinta-feira a condenação de 15 policiais militares acusados na última fase do julgamento da morte de 111 detentos em 1992 no que ficou conhecido como Massacre do Carandiru, em São Paulo.

Segundo o promotor Eduardo Olavo Canto Neto, os ex-PMs, que faziam parte do Comando de Operações Especiais (COE), são responsáveis pelo assassinato de oito detentos no terceiro andar do pavilhão 9, no mais grave massacre carcerário da história do Brasil.

Canto Neto pediu que os sete jurados absolvam os policiais da morte de quatro dos oito réus, assassinados com armas brancas.

Segundo Canto Neto, embora os PMs tenham usado facas durante a rebelião, é impossível confirmar que os policiais tenham sido responsáveis pela morte de uma parte dos detentos.

“De todas as tropas (que estiveram no massacre), a tropa do COE era a única a portar facas. Eles podem ter matado os presos com as facas, mas os presos também podem ter feito isso. Por isso, absolvam os policiais pela morte dos presos por armas brancas”, afirmou.

A atual fase do julgamento foi iniciada em fevereiro, mas suspensa indefinidamente por causa do abandono de um dos advogados de defesa.

O processo foi dividido em quatro fases, uma para cada um dos andares do presídio onde os policiais, que entraram no Carandiru para controlar uma rebelião, e atiraram nos presos nos corredores e em suas próprias celas.

Nas três fases já julgadas, 58 policiais foram considerados culpados com penas que variaram entre 96 anos e 624 anos de prisão.

O responsável por dirigir a operação policial, o coronel Ubiratan Guimarães foi julgado em 2001 e condenado a 632 anos de prisão e absolvido cinco anos depois na segunda instância. Ele morreu poucos meses depois em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas.

O Carandiru era a maior penitenciária do país, com cerca de oito mil internos, e era considerada por organizações de direitos humanos como a melhor amostra das graves deficiências do sistema prisional brasileiro.

O Carandiru foi desativado em 2002 e após sua demolição o local foi transformado em um parque público.

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