Partido no poder em Bangladesh deve vencer eleição marcada por boicote

O partido Liga Awami, que detém o poder político em Bangladesh, não deve ter dificuldades para vencer as eleições parlamentares no país, marcadas por muita violência, especialmente depois que o principal partido de oposição boicotou o pleito. Com pouco menos da metade dos 300 assentos no Congresso sendo disputados, eleitores não comparecem em grande número […]

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O partido Liga Awami, que detém o poder político em Bangladesh, não deve ter dificuldades para vencer as eleições parlamentares no país, marcadas por muita violência, especialmente depois que o principal partido de oposição boicotou o pleito.

Com pouco menos da metade dos 300 assentos no Congresso sendo disputados, eleitores não comparecem em grande número às urnas, que contaram com gigantesco aparato de segurança. A violência iminente ofuscou as eleições no país, que costumam ser embaladas por festividades, e ainda afastou observadores internacionais.

A baixa adesão do eleitorado poderia elevar a pressão sobre o primeiro-ministro Sheikh Hasina a dialogar com a oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP, na sigla em inglês), a fim de realizar novas eleições.

Os resultados das eleições devem ser divulgados neste domingo ou no começo da segunda-feira. Hasina deve iniciar a formação de um novo governo ainda neste mês.

Ele e o líder do BNP, Begum Khaleda Zia, revezaram-se no cargo de primeiro-ministro do país durante 20 dos últimos 22 anos. Os dois são grandes rivais políticos.

“A consequência desta triste eleição para o governo Hasina é a pressão que ele terá de administrar para estabelecer diálogo com a oposição”, argumentou Hossain Zillur Rahman, economista e membro de um grupo que visa a supervisionar as eleições no país.

“É o mais forte sinal de protesto da população do Bangladesh, e nos mostra que o povo está descontente com a forma como as eleições vêm sendo conduzidas por aqui.”

O impasse entre os dois grandes partidos, que não deve esmaecer tão cedo, fez enfraquecer a legitimidade das eleições e está abastecendo a estagnação econômica e a violência no pobre país de 160 milhões de habitantes no sul da Ásia.

Abul Kashem, que é motorista e eleitor do BNP, afirma não ter votado por conta da violência.

“É uma eleição suicida, já que não vai trazer paz ao nosso país”, disse ele, do lado de fora de um colégio eleitoral em Daca.

Dezoito pessoas acabaram mortas em incidentes separados no dia das eleições, de acordo com a reportagens da mídia local, em alguns dos 150 colégios eleitorais espalhados pelo país. Nas vésperas do pleito, outras 100 pessoas também morreram em embates com motivação política, especialmente em áreas rurais do Bangladesh. O medo da violência notoriamente afastou muitos eleitores das urnas.

A polícia ainda admitiu que se viu forçada a balear ativistas da oposição em seis incidentes.

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