ONGs e PMA discutem medidas de preservação para a onça-pintada no Pantanal de MS
A Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, por meio do seu gestor, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), divulgou relatório com detalhes sobre a morte a tiros de uma onça-pintada, encontrada boiando perto da margem do Rio Cuiabá, na altura de Porto Jofre, divisa com Poconé, Mato Grosso. O animal estava sendo monitorado […]
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A Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, por meio do seu gestor, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), divulgou relatório com detalhes sobre a morte a tiros de uma onça-pintada, encontrada boiando perto da margem do Rio Cuiabá, na altura de Porto Jofre, divisa com Poconé, Mato Grosso. O animal estava sendo monitorado por uma equipe da Ong Panthera, que se dedica à preservação da espécie no Pantanal.
De acordo com os biólogos, não havia sinais de que o felino havia atacado gado na região. “As análises das vísceras da onça revelaram que acabara de se alimentar de um animal silvestre, uma queixada ou uma capivara”, afirma o relatório-denúncia elaborado pela ONG Panthera. “Havia duas perfurações a bala e tudo indica que os disparos foram feitos a curta distância, quando o animal atravessava o rio, dentro d’água”, acrescentou o biólogo Erison Monteiro, da equipe do IHP.
A suspeita era de que o animal fora morto por alguém que se defendia de um ataque a gado, hipótese descartada após as análises de vísceras e carcaças. No Pantanal, é frequente o uso de armas de fogo contra onças que se aproximam dos rebanhos. Normalmente são onças que foram cevadas (alimentadas por turistas) e que se habituaram a procurar os alimentos preparados pelo homem, em vez de caçar animais silvestres.
“Justamente para evitar essa perigosa aproximação é que a ceva é proibida e passou a ser considerada crime ambiental após ação do Ministério Público”, destacou o biólogo Erison Monteiro. “O efeito direto da ceva é o ataque da onça a cães e ao gado das fazendas que se situam em seu território”, acrescentou.
Tratava-se de uma fêmea adulta, com boa estrutura muscular e sem indicações de doença. O animal foi encontrado dia 29 de março por funcionários da Fazenda São Bento e levado pelos pesquisadores da ONG Panthera, o médico veterinário Rafael Hoogesteijn e o biólogo Fernando Tortato.
Um boletim de ocorrência foi feito na Delegacia Especializada de Crimes Ambientais (Dema). A onça estava sendo monitorada e uma foto dela foi tirada em agosto de 2013 no Parque Estadual Encontro das Águas.
Propostas das ONGs
Em um mês, é a segunda onça-pintada encontrada morta na região pantaneira. Na segunda-feira passada, integrantes do Instituto Homem Pantaneiro, ONG Panthera, Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, Ibama e Polícia Militar Ambiental (PMA) reuniram-se na sede do IHP, em Corumbá, para discutir medidas contra crimes ambientais semelhantes e contribuir para a preservação da espécie no Pantanal.
Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar se reuniu para discutir medidas
“A onça precisa de um grande espaço para viver e se alimentar, e para isso é preciso equilibrar sua presença com a criação de gado no Pantanal, sem prejuízos para a fauna e para o produtor”, comentou Ângelo Rabelo, conselheiro do IHP. Uma das recomendações feitas aos criadores, segundo Rabelo, é colocar um búfalo no meio do rebanho. “Porque o búfalo é o único que enfrenta a onça, e vai espantá-la quando se aproximar”, explicou.
Outra proposta colocada é fortalecer a campanha contra a ceva, tratada como crime ambiental, e fomentar a criação de capivaras e queixadas, que são os animais preferidos pela onça-pintada quando sai para caçar em seu território no Pantanal. “A onça precisa viver naturalmente em seu habitat”, acentuou Rabelo.
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