Na TV, Renan Calheiros diz ter feito “escolhas equivocadas”

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (AL), faz um mea culpa na propaganda do PMDB, seu partido, que será transmitida em rádio e televisão na noite desta 5ª feira (27.fev.2014). “Já fiz escolhas equivocadas, e a gente paga o preço”, afirma Renan, sem mencionar o uso de jatos da FAB para ir até […]

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O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (AL), faz um mea culpa na propaganda do PMDB, seu partido, que será transmitida em rádio e televisão na noite desta 5ª feira (27.fev.2014).

“Já fiz escolhas equivocadas, e a gente paga o preço”, afirma Renan, sem mencionar o uso de jatos da FAB para ir até o Recife implantar 10.118 fios de cabelo ou a Porto Seguro (BA) para uma festa de casamento.

Em sua defesa, diz já ter feito também “escolhas acertadas” e que o importante é “saber seguir em frente”.

Excetuando a breve autocrítica de Renan, o programa mostra o PMDB como uma legenda capaz de realizar escolhas que beneficiam a população –no passado resistiu à ditadura, e hoje combate os “entraves da vida pública”, diz o presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO). O objetivo atual seria buscar “a democracia da eficiência, da transparência”.

Dirigida pelo publicitário Elsinho Mouco, a peça, de 10 minutos de duração, usa como enredo a importância das escolhas feitas por pessoas e legendas. Mostra o PMDB querendo fugir da imagem de partido fisiológico, que sempre está no governo, não importa qual seja esse governo. Desde o fim da ditadura militar, a legenda fez parte de quase todos os governos (as exceções foram parte do governo de Fernando Collor e o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva).

Apesar da disputa ferrenha entre o governo Dilma Rousseff e o PMDB, que lidera nestes dias um “blocão” de 7 partidos no Congresso para pressionar a administração federal, o vídeo pede aos eleitores que votem pela continuidade. Cabe ao vice-presidente da República, Michel Temer, afirmar que todos sabem o quanto o país “ganhou nos últimos anos” e que “isto não pode parar”.

Em um laivo de inspiração existencialista a fazer tremer Jean-Paul Sartre, o vice-presidente também diz que os brasileiros “são livres para escolher”, mas não estão livres de “arcar com as consequências de nossas escolhas”.

A propaganda valoriza a presença feminina. Dos 10 políticos premiados com alguns segundos no vídeo, 4 são mulheres: a senadora Kátia Abreu (GO), a deputada federal Fátima Pelaes (AP), a prefeita de Boa Vista Teresa Surita e a presidente do PMDB Mulher do Distrito Federal Ericka Filippelli. Os discursos fazem referência ao baixo número de mulheres no Congresso e à violência doméstica.

Também estão presentes o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara, o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, e o deputado federal Eduardo Cunha (RJ), líder do partido na Câmara.

Há um ano, em 28.fev.2013, o partido entulhou 16 peemedebistas em sua propaganda, também com 10 minutos. O resultado ficou parecido com um trem fantasma político e mostrava como a legenda estava dividida. Gravado na torre de TV digital de Brasília, desenhada por Oscar Niemeyer, o programa tinha a inglória missão de imprimir um ar moderno ao PMDB. Com apenas 10 políticos, a peça deste ano ganhou leveza.

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