Levante Popular da Juventude faz acampamento com 3 mil jovens em São Paulo

Cerca de 3 mil jovens estão reunidos em Cotia, Grande São Paulo, para o 2º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. Vindos de 25 estados, eles participaram de plenárias e oficinas durante todo o feriado prolongado. “Tem um processo de partilha de experiências, em um país tão grande como o Brasil, com essa juventude […]

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Cerca de 3 mil jovens estão reunidos em Cotia, Grande São Paulo, para o 2º Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. Vindos de 25 estados, eles participaram de plenárias e oficinas durante todo o feriado prolongado. “Tem um processo de partilha de experiências, em um país tão grande como o Brasil, com essa juventude organizada no meio estudantil, nas escolas, nas periferias e no campo”, explica a militante e integrante da Comissão de Comunicação do evento, Laura Wottrich, sobre o espírito do acampamento.

Um dos principais temas que será discutido durante o encontro é articulação para reivindicar um plebiscito que reformule o sistema político brasileiro. “O plebiscito é chave para o levante, porque todas as mudanças estruturais que são pauta do nosso movimento, desde as melhorias no transporte público, acesso à cultura, à democratização dos meios de comunicação e à luta pela memória, verdade e justiça”, diz Laura.

Nas mais de 100 oficinas que serão ministradas no evento, os jovens compartilharão informações sobre técnicas de organização e divulgação para serem usados nas ações do movimento. “Técnicas que a gente usa diariamente nos nossos atos. A gente faz estêncil com palavras, dizeres de luta nos locais em que a gente atua, como nos escrachos. É a bateria que sempre anima os nossos atos”, exemplifica Vítor Polacchini, que também faz parte da Comissão de Comunicação do acampamento.

Vitor vai ministrar uma oficina de bateria. A batucada é, na opinião dele, fundamental para que as manifestações se aproximem do público jovem. “Para a gente fazer um ato de maneira irreverente, não aquele ato nos moldes tradicionais. Mas, atos que cativem a juventude, com essa agitação, essa irreverência que um movimento jovem tem que ter”, diz o rapaz que tem 26 anos e é funcionário público.

A universitária Gabriela Chaves, de 18 anos, organizou uma oficina para mulheres negras. De acordo com ela, as discussões serão principalmente sobre autoestima. “A ideia é que seja um espaço bem íntimo para as mulheres se sentirem a vontade para colocarem suas demandas, seus posicionamentos, não só em relação à vida pessoal, mas em relação à vida política”, explica.

O Teatro do Oprimido será a base da oficina ministrada pela atriz Thaís de Sousa, de 18 anos. A técnica desenvolvida pelo dramaturgo Augusto Boal, que buscava a sensibilização para as injustiças sociais, será aplicada por meio de jogos teatrais. “Nós trouxemos alguns jogos, que além de desinibir as pessoas, vão fazê-las falarem dessas injustiças que a juventude já pauta”, explica Thaís.

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