Genes poderá ajudar no tratamento e prevenção da artrite
Pesquisadores do Instituto Butantan identificaram os genes reguladores da intensidade de doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide, o que poderá levar a uma prevenção mais eficaz à doença e ao desenvolvimento de novos medicamentos. Marcelo de Franco, vice-diretor do Instituto Butantan e coordenador do estudo, explica que a artrite reumatoide é mais comum em pessoas […]
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Pesquisadores do Instituto Butantan identificaram os genes reguladores da intensidade de doenças inflamatórias, como a artrite reumatoide, o que poderá levar a uma prevenção mais eficaz à doença e ao desenvolvimento de novos medicamentos.
Marcelo de Franco, vice-diretor do Instituto Butantan e coordenador do estudo, explica que a artrite reumatoide é mais comum em pessoas idosas, porém os fatores que a causam não são plenamente conhecidos pela ciência. “A artrite é uma doença complexa, pois há vários fatores interagindo. Fatores ambientais, mas fatores genéticos também. A complexidade se dá pelo somatório dos dois”, disse ele.
A artrite começa como um processo inflamatório nas articulações, que pode chegar a um quadro sistêmico de febre, lúpus ou problemas renais. “É uma síndrome que evolui para vários órgãos”, explicou o pesquisador. Segundo ele, a doença pode ser desencadeada por razões diferentes como uma infecção viral, bacteriana ou até mesmo estresse.
Por ser uma doença autoimune, o corpo começa a produzir anticorpos e células contra alguns antígenos das articulações, principalmente colágeno e estruturas do tecido. Os tratamentos atuais utilizam anticorpos monoclonais para bloquear a ação de algumas proteínas. “Por exemplo, tem anticorpos que são terapêuticos e bloqueiam a ação de proteínas como a que causa a inflamação”, disse ele.
O que o estudo do Butantan fez foi identificar como um gene interage com o outro para desencadear um menor ou maior grau de artrite. Com os avanços, os pacientes poderão receber prognósticos mais precisos. “A identificação deles pode gerar um sistema de biomarcadores. Se a pessoa tem aquele gene exacerbado é um péssimo sinal”, exemplificou.
A pesquisa, que está na fase de testes em camundongos, quer, no futuro, produzir medicamentos capazes de atuar especificamente no mecanismo em que cada gene atua. “Há vias gênicas que podem ser reguladas por medicamentos. Então, se sabe qual a via que você pode usar e qual o melhor medicamento vai atuar naquela via”, explicou o pesquisador.
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