Eleição movimenta empresas que trabalham com mídias sociais

Lembra daqueles milhares de santinhos que ficavam espalhados pelas ruas e mal permitiam ver o chão? Ou dos exércitos de militantes parados nos faróis que distribuíam brindes com os nomes dos candidatos? Tudo isso é coisa do passado. Se antes as eleições movimentavam gráficas e fábricas de brindes, hoje são as empresas que trabalham com […]

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Lembra daqueles milhares de santinhos que ficavam espalhados pelas ruas e mal permitiam ver o chão? Ou dos exércitos de militantes parados nos faróis que distribuíam brindes com os nomes dos candidatos? Tudo isso é coisa do passado. Se antes as eleições movimentavam gráficas e fábricas de brindes, hoje são as empresas que trabalham com marketing digital que faturam com as disputas políticas.

Essa mudança se deve a dois fatores. Por um lado, hoje a legislação eleitoral proíbe a distribuição de brindes com nomes de candidatos. Por outro, as próprias campanhas estão se dando conta de que textos impressos, como panfletos ou santinhos, já não são tão eficientes para divulgar o nome e as propostas dos políticos e estão optando cada vez mais por fazer propaganda nas mídias sociais. E quem lucra com isso são as empresas do ramo.

Hoje, o período eleitoral já está no cronograma das agências de marketing digital, que se planejam para isso com até seis meses de antecedência, conta Alexandre Suguimoto, presidente da Abradi-SP (Associação Paulista das Indústrias Digitais). Entre os serviços mais pedidos pelos candidatos destacam-se a criação e gerenciamento de contas em redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp. E para dar conta da alta na demanda proporcionada pelas urnas, as agências investem na contratação de profissionais freelancers.

“Um especialista em mídias sociais é sempre fundamental. Além disso, é preciso programadores específicos, mas eles só podem ser definidos depois que o candidato passar exatamente o que ele quer fazer e onde quer atuar. Por fim, as empresas ainda contratam as pessoas que vão efetivamente pensar e executar as campanhas”, afirma Suguimoto.

As regras do jogo

O presidente da Abradi-SP lembra, no entanto, que existem algumas diferenças importantes entre o marketing convencional e o eleitoral, e as empresas que querem trabalhar no setor devem estar preparadas para isso. “Para atuar nesta área é importante estar sempre atento às normas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. Em junho, por exemplo, o setor foi surpreendido com a proibição da veiculação de anúncios dos candidatos no Facebook. Assim, muitas empresas tiveram de rever suas estratégias”, diz.

Além disso, Suguimoto destaca que o trabalho de marketing eleitoral é muito dinâmico, pois o tempo para elaborar e executar a campanha é curto e os resultados precisam aparecer rápido. “Outra regra fundamental é que, quando se trata de candidato, sempre se cobra antes. O risco de levar calote é grande caso ele não se saia bem nas pesquisas ou não consiga arrecadar os recursos almejados”.

Na hora de receber, também é necessário obedecer algumas regras diferentes daquelas que se aplicam a clientes convencionais. “Os pagamentos relacionados a candidatos devem ser feitos em cheque nominal ou depósito bancário identificado, para serem vinculados diretamente à conta das campanhas. Isso torna possível rastrear origem e destino do dinheiro, prevenindo fraudes”, alerta o advogado especialista em direito eleitoral Arthur Rollo.

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