Educadores e alunos usam cores e criatividade para resgatarem paredes e autoestima em escola

As paredes velhas e desgastadas ganharam um colorido novo, o parquinho também foi pintado, jardins suspensos surgiram em outras paredes levando vida onde não tinha, no pedaço de terra na frente da escola um pequeno jardim se formou, e em cada canto que os professores e os alunos intervieram novas possibilidades se criaram. Francisca Lima […]

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As paredes velhas e desgastadas ganharam um colorido novo, o parquinho também foi pintado, jardins suspensos surgiram em outras paredes levando vida onde não tinha, no pedaço de terra na frente da escola um pequeno jardim se formou, e em cada canto que os professores e os alunos intervieram novas possibilidades se criaram.

Francisca Lima Roque, de 30 anos, professora de ciências na Escola Municipal Lenita de Sena Nachif, diz que a ideia de revitalizar a escola surgiu de um documento do Ministério de Educação (MEC) que fala sobre os indicadores de qualidade da educação. Um dos pontos do documento é exatamente sobre o ambiente de ensino. “Vimos no documento que o espaço físico da escola interfere diretamente na qualidade da educação. Então, pensamos porque não fazer algo e melhorar isso”, diz.

Daí surgiu o Projeto Decolores, que desde março deste ano, está sendo tocado na escola. No projeto os professores da escola, com os alunos, deram um verdadeiro trato no ambiente escolar. Como resultado, além de um espaço mais adequado para o ensino, o interesse dos alunos em aprender.

Kátia Cilene, de 42 anos, professora de ciências, diz que desde que o projeto começou o interesse dos alunos em participar das ações escolares aumentou. “Eles interagem com a gente. Estão ajudando em tudo, desde as ações que fizeram essas mudanças como a conservação de tudo que foi feito”, diz.

Cilene ainda diz que o comprometimento com o ensino também cresceu.

A aluna Kethelyn Beatriz dos Santos, de 13 anos, que cursa o 8º ano, concorda. “Animou. Dá gosto ir para a escola. Sinto muito mais orgulho de estudar onde estudo”, diz, lembrando que a escola está diferente.

O estudante Laison Ribeiro, de 16 anos, também cursando o 8º ano, diz que se sente muito melhor na escola agora e quando vê tudo que foi feito parece até mentira. “É inacreditável. Lembro como era e olho como é agora. Está muito melhor. O que mais gostei foi a parede com as referências de Romero Britto”, diz.

Artistas

Romero Britto, Gustavo Rosa e Guto Naveira foram os artistas escolhidos para pintar a escola. As obras deles foram estudadas pelos alunos e depois pintadas nas paredes da escola.

Naveira que é daqui, inclusive, participou do projeto e foi até a escola grafitar uma parede com os alunos.

A professora de artes Viviane Franco Melgarejo, de 36 anos, afirma que os alunos ficaram encantados com a presença do artista. “Eles já conheciam o trabalho porque já havíamos estudado, mas nunca tinham conhecido um artista de verdade. Eles ficaram muito encantados”, conta.

Conforme a professora, Guto Naveira foi até a escola conversou com os alunos, falou de seu trabalho e depois pintou um muro com os alunos. “Eles ficaram o tempo todo ajudando. Foi uma intervenção muito bacana”, completa.

Para a diretora Maria de Souza, de 48 anos, são projetos como este que ajudam os alunos a terem mais estímulo pelo ensino. “Já fizemos várias ações na escola, mas essa foi muito acertada”, finaliza.

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