Dólar sobe 0,34% ante real com investidores de olho nos EUA

O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, em linha com outros mercados de câmbio, com investidores cautelosos antes de eventos importantes nos Estados Unidos e que podem dar sinais para onde a política monetária da maior economia do mundo vai caminhar. No dia seguinte, será divulgado o resultado do Produto Interno Bruto […]

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O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, em linha com outros mercados de câmbio, com investidores cautelosos antes de eventos importantes nos Estados Unidos e que podem dar sinais para onde a política monetária da maior economia do mundo vai caminhar.

No dia seguinte, será divulgado o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre e a decisão do Federal Reserve, banco central do país. Também ajudou a limitar as oscilações do câmbio a constante atuação do Banco Central brasileiro.

A moeda americana subiu 0,34% a R$ 2,2311 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão. “Amanhã começa direito a semana”, resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.

Economistas estimam que a economia dos EUA tenha crescido 3,0%, em termos anualizados, no segundo trimestre. Isso confirmaria a tese de que estaria se recuperando após a contração do início do ano devido ao rigoroso inverno.

Os investidores também não esperam grandes surpresas para a decisão de quarta-feira do banco central norte-americano, que tem reduzido gradualmente seus estímulos econômicos. Atualmente, o mercado estima que a alta dos juros no país só deve ocorrer em meados do ano que vem, algo que tem potencial para atrair recursos alocados em outras praças financeiras, como a brasileira.

O dólar também subia contra moedas como o euro e os pesos chileno e mexicano. No Brasil, analistas afirmaram que a disputa pela formação da Ptax de julho, na quinta-feira, deve movimentar o mercado nas duas próximas sessões. Por outro lado, a constante atuação do BC no câmbio tende a amortecer as oscilações, como ocorreu nesta sessão.

“O que a gente percebe é que, com o BC atuando do jeito que vem atuando, é necessária uma verdadeira comoção para que o dólar saia desses níveis”, afirmou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros.

Boa parte do mercado acredita que a autoridade monetária quer que a moeda norte-americana oscile dentro da banda informal de R$ 2,20 a R$ 2,25 para evitar impactos adversos sobre as exportações ou sobre a inflação. Nesta sessão, o BC vendeu a oferta diária total de até 4 mil swaps cambiais, com vencimento em 2 de fevereiro de 2015, em volume equivalente a US$ 198,7 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de junho de 2015, mas nenhum foi vendido.

O BC também vendeu a oferta total de até 7 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem no início de agosto. Ao todo, o BC já rolou cerca de 65% do lote total, que corresponde a US$ 9,457 bilhões.

A autoridade monetária anunciou na noite passada que fará na quinta-feira leilão de venda de até US$ 2,25 bilhões com compromisso de recompra no início de 2015. A assessoria do BC não informou o montante que vence no mês que vem. “Em termos de cotação, essa operação nem favorece nem desfavorece. O BC está só fornecendo liquidez para o mercado e isso acaba deixando os investidores um pouco mais tranquilos”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

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