Dólar segue exterior e fecha em queda ante real

O dólar fechou em queda de quase 1% ante o real nesta terça-feira, seguindo a depreciação da divisa dos Estados Unidos no exterior e após registrar forte alta na véspera. A moeda americana caiu 0,79%, a R$ 2,2291 na venda, após chegar a R$ 2,2235 na mínima da sessão. Contra uma cesta de divisas, o […]

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O dólar fechou em queda de quase 1% ante o real nesta terça-feira, seguindo a depreciação da divisa dos Estados Unidos no exterior e após registrar forte alta na véspera. A moeda americana caiu 0,79%, a R$ 2,2291 na venda, após chegar a R$ 2,2235 na mínima da sessão.

Contra uma cesta de divisas, o dólar perdia 0,5%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão. Na véspera, o dólar avançou 1,24% com o anúncio de que, neste mês, o Banco Central reduzirá pela metade o ritmo dos leilões diários de rolagem de swaps cambiais que vencem em 2 de junho.

“O dólar subiu muito ontem e se aproximou de R$ 2,25, que é um nível de resistência importante, e o pessoal aproveitou para vender”, disse o economista da Lerosa Investimentos Carlos Vieira.

No exterior, o apetite por risco continuava aguçado e o Dollar Index, que mede a performance da moeda dos EUA contra uma cesta de divisas, chegou a atingir a mínima em mais de seis meses.

Indicadores econômicos positivos divulgados nas últimas semanas sustentavam o ânimo no mercado. Além disso, contribui para o sentimento as expectativas de que o Federal Reserve continue reduzindo de forma gradual suas medidas de estímulo monetário, assegurando abundante liquidez internacional, e de que poderá levar mais de um ano até a primeira alta de juros.

Mais da metade dos operadores primários norte-americanos consultados em pesquisa Reuters afirmam que a alta da taxa de juro nos EUA só vai ocorrer após junho de 2015, com algumas projeções apontando até mesmo 2016.

“Existe um consenso de que o ‘quantitative easing’ vai ser retirado gradualmente até o fim deste ano, e aí é só questão de ver o quanto o Fed vai esperar para elevar os juros”, afirmou o economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, Flavio Serrano.

Diante desses fatores, nem mesmo a menor intervenção do BC brasileiro no mercado cambial foi suficiente para reverter a tendência de queda na sessão. No fim da manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta integral de 5 mil swaps no leilão. Com isso, rolou cerca de 5% do lote total, que corresponde a US$ 9,653 bilhões.

“Apesar de o BC não querer o dólar mais barato, o mercado está com esse ímpeto para cair no curto prazo, acompanhando o movimento lá fora”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

A diminuição da intervenção pelo BC foi vista como um sinal de que a autoridade monetária está mais confortável com o atual patamar do dólar e que não deverá fazer a rolagem total dos vencimentos de junho. “Se o BC continuar o atual ritmo de rolagem, deixará vencer um grande montante de swaps”, escreveu o diretor de pesquisa para mercados emergentes do Nomura, Tony Volpon, em relatório.

Pela manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais na intervenção diária, com volume equivalente a US$ 198,5 milhões. Foram 500 contratos para 1º de dezembro deste ano e 3,5 mil para 2 de março do próximo ano.

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