Dólar recua e volta a R$ 2,41 com movimento de ajuste

dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, num movimento de ajuste após três altas seguidas embaladas pelo ambiente de mau humor com mercados emergentes e após o Federal Reserve (FED) manter o ritmo gradual de cortes em seu programa de estímulos. A moeda perdeu 0,78%, a R$ 2,4147 na venda. Nesta semana até […]

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dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira, num movimento de ajuste após três altas seguidas embaladas pelo ambiente de mau humor com mercados emergentes e após o Federal Reserve (FED) manter o ritmo gradual de cortes em seu programa de estímulos.

A moeda perdeu 0,78%, a R$ 2,4147 na venda. Nesta semana até o fechamento da véspera, o dólar havia acumulado alta de cerca de 1,5%, aproximando-se do patamar de R$ 2,45. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.

“Depois de todo esse rali que aconteceu e o Fed seguir o ‘script’ ontem, o dólar está devolvendo um pouco hoje”, afirmou o especialista em câmbio da corretora Icap, Italo dos Santos.

Ativos de países em desenvolvimento vêm sofrendo forte pressão desde a semana passada devido à desconfiança com mercados emergentes. Vários bancos centrais adotaram medidas para enfrentar esse mau humor, como o BC russo nesta manhã, anunciando intervenções ilimitadas caso o rublo afaste-se das metas.

Nesta sessão, algumas das moedas mais impactadas por essa turbulência recuperavam terreno. O dólar recuava frente ao rand sul-africano e sobre o peso mexicano. A recuperação foi amparada também por dados que mostraram que a economia norte-americana cresceu em ritmo anual de 3,2% no quarto trimestre do ano passado, em linha com as expectativas do mercado.

“O dado dos EUA deu uma tranquilizada no mercado e levou o dólar a ampliar ligeiramente a queda”, afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. Após o fechamento dos mercados na quarta-feira, o FED, banco central norte-americano, confirmou a expectativa do mercado e anunciou mais um corte de US$ 10 bilhões no programa de compras mensais de ativos, a US$ 65 bilhões e indicando que manterá as taxas de juros baixas.

“O mercado já esperava isso. O mercado estava mais de olho no comentário do FED após a reunião, mas não houve nenhuma mudança”, afirmou o operador do banco Daycoval Bruno Martins. No mercado brasileiro, o BC anunciou após o fechamento da sessão anterior a realização na sexta-feira de leilão de até US$ 2,3 bilhões com compromisso de recompra de linhas que vencem em fevereiro, o que ajuda a manter a liquidez doméstica. Na rolagem feita desses contratos em dezembro, o BC fez o movimento apenas parcial.

“Como o FED está retirando os estímulos e o cenário é de preocupação com os emergentes, a expectativa é que falte dólar no mercado”, afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca. O BC também deu continuidade às intervenções diárias pela manhã, vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swap cambial tradicional – equivalentes a venda futura de dólares -, todos com vencimento em 1º de setembro deste ano.

A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de dezembro, mas não aceitou nenhuma proposta. A operação teve volume equivalente a US$ 197,9 milhões. “Hoje e amanhã, o mercado tende a ficar mais volátil, já que é fim de mês e tem briga de Ptax”, acrescentou Santos, da Icap, referindo-se ao fechamento da taxa nesta sexta-feira.

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