Dólar fecha em alta influenciado por saída de recursos do Brasil

O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, influenciado por operações de saída de recursos do Brasil, apesar de o aumento dos juros anunciado pelo Banco Central na véspera vir acima do que parte do mercado esperava. A divisa subiu 0,35%, para R$ 2,3657 na venda, afastando-se do piso de resistência de R$ […]

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O dólar fechou em alta ante o real nesta quinta-feira, influenciado por operações de saída de recursos do Brasil, apesar de o aumento dos juros anunciado pelo Banco Central na véspera vir acima do que parte do mercado esperava. A divisa subiu 0,35%, para R$ 2,3657 na venda, afastando-se do piso de resistência de R$ 2,35. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão.

O movimento veio em linha com o fortalecimento da moeda dos Estados Unidos no exterior, dando continuidade ao avanço da véspera, após dados positivos alimentarem expectativas com a recuperação da economia americana.

“À medida que o (volume do) mercado de câmbio ganhou um pouco de força, veio um fluxo (de saída) e o dólar firmou a alta”, afirmou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

O dólar chegou a cair no início dos negócios, atingindo R$ 2,3447 na mínima do dia. A expectativa era de maior ingresso de capitais devido a busca de investidores por maiores rendimentos após o BC brasileiro elevar a Selic em 0,5 ponto, para 10,5% ao ano.

Mas o movimento durou pouco e a moeda americana retomou a trajetória de alta, em linha com o exterior. “A gente percebe que muitos estrangeiros estão comprando dólares, tanto aqui quanto lá fora. Em parte, é um movimento global”, afirmou o operador de um importante banco internacional.

O avanço da divisa dos EUA acompanhava o arrefecimento das dúvidas a respeito da recuperação da economia norte-americana, depois de uma série de dados positivos divulgados nesta semana. Os números sugerem que o Federal Reserve, banco central do país, tem margem para reduzir seu estímulo mais rapidamente do que o previsto, enxugando a oferta global de liquidez.

O número de americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada recuou pela segunda semana seguida, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA. O resultado somou-se às evidências de que a desaceleração do mercado de trabalho vista em dezembro deve ser temporária.

O dado contribuiu para o dólar subir em relação a diversas moedas de perfil semelhante ao real. O dólar australiano, por exemplo, recuava para a mínima em três anos e meio contra a moeda norte-americana. Frente ao peso chileno, a divisa dos EUA ganhava cerca de 0,7%.

No mercado de câmbio brasileiro, a constante atuação do BC brasileiro ajudou a limitar a alta do dólar. A autoridade monetária vendeu a oferta total de 1 mil contratos de swap cambial com vencimento em 2 de maio e 3 mil contratos com vencimento em 1º de setembro deste ano. O leilão teve volume financeiro equivalente a US$ 198,3 milhões.

Além disso, o BC deu início a rolagem dos swaps que vencem em fevereiro, vendendo a oferta total de 25 mil contratos. Com isso, rolou cerca de 11% do lote total, equivalente a US$ 11,028 bilhões.

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